Servidores revoltados com o tratamento dado pelo MT Saúde e pelos hospitais ligados ao plano entraram em contato com o Olhar Direto para denunciar que os hospitais estão exigindo uma autorização do MT Saúde para atender os pacientes mesmo em caso de emergência, o que não acontecia anteriormente. Ainda segundo a reclamação, as filas para conseguir essa autorização duram o dia todo.

No entanto, Sidney Dutra, Diretor Executivo do Saúde Sanaritano, empresa que assumiu a gerência administrativa do plano de saúde diz que apenas está sendo feito o que já deveria ser uma rotina desde o início do plano. “O remédio às vezes é amargo e a injeção dói. Estamos dando um choque de gestão no MT saúde”, afirma.

Ele ainda nega que a exigência de autorização seja para casos de emergência e para exames simples. “Só precisa da autorização para casos de alta complexidade e internação eletiva. É uma maneira de organizar o serviço”, diz.

Ainda de acordo com Dutra, as exigências são feitas com base na Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e as filas têm andamento rápido. “Quando demora mais um pouco é porque o paciente esqueceu de trazer um documento, falta o carimbo do médico ou tem que ligar para o hospital, por exemplo”, argumenta.

E quanto à exigência da autorização para casos de urgência, ele acredita que talvez seja fruto de uma falha no entendimento dos hospitais, que não assimilaram ainda as alterações do plano. “Mas acredito que em 60 dias tudo estará normalizado.

“Eu fui pegar a autorização para me consultar e tinha mais de 80 pessoas na fila e apenas dois atendentes para dar conta do recado. Hoje um senhor aposentado de 70 anos precisou de uma consulta e só agendaram para dia cinco de dezembro. No meu caso, a consulta foi marcada para 28 de novembro”, denunciou uma fonte ao Olhar Direto.

Nesta segunda-feira (17), o presidente do MT Saúde, Bruno Freira Sá Martins, protocolou seu pedido de demissão alegando motivos pessoais. Isso aconteceu após três meses sem efetuar pagamento aos médicos e fornecedores por conta de um desequilíbrio de finanças e uma crise após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) recomendar a extinção do plano de saúde.