O candidato ao Senado Blairo Maggi (PR) defenderá no Congresso Nacional a flexibilização de amarras impostas pelo Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar (ZAE Cana) à atividade sucroalcooleira em Mato Grosso, por meio da liberação do plantio de cana em áreas já abertas pela pecuária. A declaração foi feita por Maggi a usineiros e trabalhadores rurais dos municípios de Barra do Bugres e Nova Olímpia, no Médio-Norte do Estado, durante o primeiro ato oficial da campanha rumo ao Senado Federal.
Durante a passagem pelos municípios, Maggi ouviu relatos de temor, tanto de empresários quanto de trabalhadores, em relação aos impactos do ZAE Cana sobre a região. Ao aprovar o decreto que instituiu o zoneamento, em setembro de 2009, o governo federal barrou a expansão de canaviais e a instalação de novas usinas na Amazônia, no Pantanal e na Bacia do Alto Paraguai, entre outros impeditivos ambientais.
Com a medida, três indústrias que já estavam com projetos em fase de licenciamento para a instalação nos municípios de Tangará da Serra e Denise, vizinhos a Barra do Bugres e Nova Olímpia, abortaram os investimentos. As novas plantas industriais gerariam quase 10 mil novos empregos na região. “Para nós foi um grande retrocesso. Muitas áreas já abertas pela pecuária poderiam ser reutilizadas para o plantio de cana. A cada três trabalhadores que a atividade pecuária emprega, a cana emprega 100”, disse o ex-prefeito de Nova Olímpia, o engenheiro agrônomo José Eupídio Cavalcanti.
Blairo Maggi relembrou seu empenho enquanto governador de Mato Grosso para que o governo federal não aprovasse a proibição por meio de um decreto presidencial. “O que conseguimos fazer à época foi tratar o assunto em uma lei federal, que será discutida pelo Congresso Nacional, o que dá a possibilidade de ser reavaliada a questão. Não se trata de abrir novas áreas na bacia amazônica para plantar cana, mas sim de aproveitar extensas áreas que já foram abertas pela pecuária e agora podem ser reutilizadas para a cana. A Embrapa deu o aval para se fazer isso”, apontou Maggi.
O candidato reforçou que levantará a bandeira no Congresso Nacional. “Sempre participei dessa discussão e não conseguimos evitar a restrição. Lutamos, perdemos uma batalha, mas não perdemos a guerra”, disse. O empresário João Petroni, diretor-presidente da Usina Barralcool, instalada em Barra do Bugres, reconheceu o empenho de Blairo com o segmento e manifestou apoio à candidatura ao Senado Federal.
“O Blairo mudou muito a estrutura do nosso Estado e fez um trabalho fantástico. Ele despertou Mato Grosso para o Brasil e para o mundo. Lutou muito ao nosso lado e merece nosso apoio”, declarou Petroni. O diretor agrícola da usina, Moacir Sansão, relembrou os esforços de Maggi para que a área não fosse incluída nas proibições do zoneamento. “Sabemos que ele será uma voz de Mato Grosso no governo federal, como já vinha sendo antes”, afirmou Sansão.
Barra do Bugres foi a primeira cidade visitada no primeiro estradeiro da campanha eleitoral feito por Maggi e comitiva. Ao todo, 11 municípios do Médio-Norte e Noroeste de Mato Grosso serão percorridos até sábado. A viagem de 1,4 mil quilômetros, de carro, será concluída em Aripuanã.
Ação social – Durante a passagem por Barra do Bugres, Blairo Maggi também visitou o projeto social Doce Vida, criado pela indústria Barralcool. A iniciativa oferece a 210 crianças e adolescentes de Barra do Bugres cursos artísticos e culturais com aulas em 10 modalidades diferentes, que vão da música à culinária.
“É com muito orgulho que inauguro minha campanha conhecendo um projeto tão bonito como esse. É uma iniciativa que deve servir de exemplo para todo o empresariado mato-grossense”, disse Blairo Maggi ao receber o carinho de crianças atendidas pelo projeto de responsabilidade social.
