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Sábado, 22 de junho de 2024

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Documentos de mortes têm valor histórico imenso, destaca Gilney

Foto: Reprodução

Documentos de mortes têm valor histórico imenso, destaca Gilney
Documentos escritos pelo Comando da Marinha, que revelam a determinação prévia para matar os integrantes da Guerrilha do Araguaia, em 1972, têm valor histórico inestimável e serão reunidos e farão parte do acervo da Comissão da Verdade, instituto a ser pelo criado Plano Nacional de Direitos Humanos fase três (PNDH 3).


A avaliação é de Gilney Viana, coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, iniciativa que tem por objetivo resgatar a memória e a história dos perseguidos políticos no país.

De acordo com o coordenador, que foi preso político e o primeiro deputado federal eleito pelo PT de Mato Grosso, em 1994, estes e outros documentos e provas envolvendo perseguidos políticos durante a ditadura militar estão sendo reunidos em um processo amplo de investigação que envolve as famílias das vítimas.

“Os documentos serão importantes para muitas famílias que nunca tiveram uma informação oficial sobre o paradeiro destes brasileiros desaparecidos e serão importantes também para a Comissão da Verdade que será criada em breve”, revelou com exclusividade para o Olhar Direto.

Segundo Gilney Viana, os interrogatórios feitos pelas forças militares nas comunidades que viviam nas áreas onde houve a guerrilha eram feitos com a indicação de uma cruz sobre a foto dos militantes procurados.

Ele lembra que estavam na lista de prioridades das forças armadas os integrantes da guerrilha que tinham tido treinamento militar em Cuba, quem era do comando da organização e quem tinha ferido ou matado algum militar.

“Estes documentos têm valor histórico. É a revelação de um fato que nós já sabíamos, mas do qual não tínhamos provas materiais. Sabíamos que a orientação do General Bandeira de Melo era a de levar os prisioneiros para lugar nenhum”, declarou Viana, que foi militante urbano e preso no Rio de Janeiro em 1970.

Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo desta segunda-feira (28), os documentos demonstram que a orientação da Marinha era de aniquilar os opositores e não apenas derrotar o maior foco da luta armada contra a ditadura militar.

Os papéis, de setembro de 1972, relatam a preparação da Operação Papagaio, uma das principais ofensivas das Forças Armadas contra o grupo criado pelo PC do B entre Pará, Maranhão e a região norte de Goiás, que hoje é o Estado do Tocantins.
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