Uma comissão de membros ligados ao segmento cultural se reuniu na manhã de hoje na Câmara Municipal de Cuiabá para costurar o apoio dos parlamentares na tentativa de evitar a fusão da secretaria com a de Turismo e tratar de uma política continuada para o segmento. O vereador Toninho de Souza (PSD) garantiu após a reunião que caso o prefeito tente emplacar a alteração, sofrerá uma nova derrota dos vereadores.

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“Acho que 80% dos vereadores não apoiariam esse projeto e o Mauro Mendes (PSB) terá dificuldades até junto à base [aliada]”, declarou o peessedista. “Se o prefeito insistir nisso será mais uma queda de braço com a Câmara que ele vai perder”, completou o oposicionista.

A produtora cultural Daniele Bertolini explicou que a reunião com o parlamento não se resumiu à busca de apoio para evitar a fusão. “Não vai fundir, mas vai deixar como está?”, questiona. Bertolini apresentou aos vereadores um projeto para a cultura de Cuiabá com ações a longo prazo. Uma das principais cobranças é o aumento de repasses para o setor.

“Hoje, em Cuiabá, a Cultura só recebe 0,4% [da receita], o que dá entre quatro e quatro milhões e meio de reais. Nós queremos que isso suba para 1%, que iria mais que dobrar”, afirma. De acordo com a produtora, a maioria dos recursos hoje acaba sendo destinada para pagar a folha salarial da secretaria e pouco é investido de fato em projetos.

O plano para a Cultura apresentado pelo setor é pensado em políticas públicas para os próximos 10 anos. “Não é algo para uma gestão, para sair um prefeito e romper”, argumenta a produtora.

Participaram também da reunião os vereadores Allan Kardec (PT), Oséas Machado (PSC), Ricardo Saad (PSDB), Faissal Calil (PSB) e o petista Arilson da Silva mandou um representante. Apesar de o presidente da Câmara, João Emanuel (PSD), estar viajando, o encontro foi realizado na sala da Presidência, sob o comando de Kardec.

“Derrotas” de Mauro

Ao falar que a possível insistência de Mauro Mendes em fundir a Cultura com o Turismo seria mais uma queda de braço na qual o prefeito sairia derrotado, o vereador Toninho de Souza se referia à polêmica do reajuste do IPTU e da eleição da Mesa Diretora da Câmara.

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O prefeito tentou eleger um vereador de sua base aliada na Presidência da Câmara Municipal de Cuiabá, mas não conseguiu somar os votos nem dos vereadores de seu partido, Faissal Calil e Onofre Júnior, que ajudaram o oposicionista João Emanuel (PSD) a se tornar o presidente do Legislativo. Primeira derrota.

A segunda ‘vitória’ da Câmara sobre o prefeito foi na tentativa de aumentar em 25% a alíquota predial do IPTU. O projeto foi mandado oficialmente pelo então prefeito Chico Galindo (PTB), mas contava com a conivência de Mendes que estava em período de transição. A alteração na lei foi aprovada em sessão extraordinária da última legislatura, mas a atual mesa encontrou inconstitucionalidades no tramite legislativo e Mendes recuou do aumento.