O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta quarta-feira a cobertura da imprensa considerada pouco favorável às ações governamentais, mas reconheceu que as críticas dominam a mídia em todo o mundo, com exceção de China e Cuba.

Os comentários foram feitos durante cerimônia para apresentação de um balanço de seus oito anos de governo. Todas as ações foram consolidadas num documento de 5 mil páginas registrado em cartório.

'A imprensa vai receber isso aqui, cada editor de política vai receber, cada editor de economia deve receber, eu quero que todo mundo receba para as pessoas perceberem o quanto eles perderam de cobrir coisas boas do governo', disse Lula no evento, que reuniu seus colaboradores ao longo dos dois mandatos.

Ao lamentar a falta de notícias boas, Lula admitiu que 'todo mundo sabe que não é no Brasil, é no mundo inteiro', mas apontou duas exceções.

'Se você for na Argentina, nos EUA, na Alemanha... e for na China --na China não. China é exceção e Cuba é exceção, mas em qualquer país do mundo, obviamente que a imprensa cobre aquilo que tem mais apego à sociedade, e nem sempre o construir tem mais apego, às vezes o destruir é a parte que tem mais apego', disse. China e Cuba são dois países com regime político de partido único e mídia estatal.

Depois de declarações bastante duras contra a mídia brasileira durante a campanha eleitoral, Lula reconheceu que esse comportamento não é localizado.

'Não é virtude ou defeito do Brasil, é assim no mundo inteiro, e nós governantes gostaríamos que tivesse uma manchete favorável, mas não tem.'