O advogado Paulo Taques deve ingressar com um mandado de segurança, com pedido de liminar, até sexta-feira (4) para anular o afastamento do prefeito Murilo Domingos (PR) aprovado pela Câmara Municipal de Várzea Grande na noite de quarta-feira (2).

Taques explicou que o pedido será embasado no fato de o republicano não ter tido direito de defesa. “O afastamento é absolutamente ilegal, pois os vereadores não deram direito ao prefeito sequer de apresentar suas justificativas. Foi um total cerceamento de defesa”, declarou em entrevista ao Olhar Direto.

O advogado também fez questão de ressaltar que o mandado de segurança não irá questionar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e até defendeu os trabalhos do grupo, pois assim, o prefeito poderá mostrar o que foi feito e se defender.

“Fazemos questão de que a CPI ocorra, pois vamos mostrar que o prefeito não deve nada”, afirmou.

Murilo ainda tentou amenizar a crise na Câmara e esteve reunido com os vereadores na manhã de ontem, porém, sem obter êxito nas negociações com os parlamentares à noite acabou perdendo o cargo. O líder do governo, Charles Caetano (PR), abandonou o prefeito e votou junto com os demais colegas do legislativo. 

O afastamento de Murilo foi aprovado por unanimidade e comemorada por setores da sociedade que chegaram a soltar fogos. O desgate da gestão do republicano é evidente na cidade e a população está insatisfeita  com o abandono do município.

Murilo, que até então não havia se pronunciado, enviou nota à imprensa, por meio da assessoria, e criticou a postura da Câmara, considerando a decisão arbitrária.

"Sobre o posicionamento adotado pela Câmara de vereadores, que o afastou, juntamente com seu vice, o prefeito Murilo Domingos esclarece que em virtude da arbitrariedade da decisão, que nem mesmo o ouviu, cerceando seu direito de defesa, buscará no Poder Judiciário a medida adequada ao restabelecimento da legalidade, a fim de que não ocorram graves prejuízos à administração municipal, e, principalmente, aos cidadãos várzea-grandenses, que correm o risco de sofrer a interrupção de serviços essenciais ao seu dia a dia".

O presidente da Câmara, João Madureira (PTC), que deve assumir interinamente a Prefeitura já faz planos de demitir 90% do secretariado. Porém, fato curioso, é que o comunista está cassado pela Justiça Eleitoral, mas se mantém no cargo por força de liminar. A cassação ocorreu porque o vereador teria contratado em seu gabinete um preso em regime fechado.

A CPI tem a democrata Isabel Guimarães como presidente, e o vereador Fábio Saad (PTC) como relator e Hilton Gusmão (PV) é membro da comissão.

Atualizada às 14h58

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