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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Marcos Coutinho é homenageado pela mãe; discurso e música emocionam veja fotos

Foto: Jardel P. Arruda

Marcos Coutinho é homenageado pela mãe; discurso e música emocionam veja fotos
A missa de sétimo dia da morte do jornalista Marcos Coutinho, diretor do Grupo Olhar Direto, foi marcada por um emocionado discurso da mãe do falecido, Zildinete Coutinho, e pela homenagem em forma de canção executada pelo tio Zied Coutinho, que honrou o gosto do sobrinho tinha pela música.


Familiares e amigos de Marcos Coutinho lotaram a paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, localizada no Centro de Cuiabá, na noite de sábado (15). Algumas pessoas tiveram de ficar de pé nos corredores devido a falta de lugares para tantos que queriam honrar a memória do jornalista.

Na primeira fila na coluna central da esquerda ficaram a tia-avó de Marcos Coutinho, Thalita Infantino, a mãe dele, Zildinete Coutinho, a esposa, Izabel Manfrim Coutinho, e os três filhos, Matheus, Lucca e Joaquim Coutinho. Durante quase toda a celebração, davam-se as mãos e aparavam uns aos outros, mantendo-se sem chorar. Até que as homenagens começaram, já próximo ao fim da celebração.


Auxiliada por parentes, dona Zildinete, que tem dificuldades para se locomover, subiu devagar os degraus em direção ao púlpito, onde foi mantida segurada pelos então ajudantes. Devagar, estendeu a sua frente os papéis com o discurso e, com a voz embargada, como quem segura o choro já faz horas, começou um agradecimento a Deus, no qual compartilhou com os presentes um pouco da história do falecido filho.

Contou que Coutinho era seu terceiro filho, o único homem, e de traços de sua personalidade. "Desde sua infância externava seus pendores para o jornalismo e seu amor acentuado pela música, herdado de nossa família, principalmente do papai Francismo Coutinho, de seus tios Amadeu, Fitz e Zied, e de seus primos, Júlio Cesar, Márcio, Onésimo, Paulo e outros", falou Zidinete, sempre parecendo estar a beira do pranto.

E ela continuou a revelar detalhes sobre Coutinho. O pai dele, Joaquim Correa Barbosa, também morreu de forma precoce, aos 40 anos, em agosto de 1970, quando Marcos tinha cinco anos. Apesar da perda prematura, realizou-se no estudo do jornalismo, formando-se pela Universidade Metodista de São Paulo, e depois na prática dedicada da profissão.

"Era hiperativo, super inteligente, vivaz e culto. Dedicando-se inteiramente, de corpo e alma, ao seu metiê, não cuidava de si. Viajava, ouvia muita música e gostava de um bom livro", detalhou para descrever Coutinho. A essa hora a primeira fila da coluna de bancos da centro esquerda já chorava. Zildinete continuava a segurar o choro. Precisava terminar a homenagem.



Chegara então o ápice da homenagem, aquele em que se é preciso admitir a morte do ente querido, mas agradecer por toda vida e obra de quem se foi. "Um vácuo imenso invade nossa alma e nossa inteligência se recusa em acreditar no inevitável, mas tal é a condição humana: viver, lutar e morrer. Resta-nos o consolo e a certeza de que viveste uma vida honrada de amor a Deus, dedicação a família, ao amigos e todos os que estiveram, de alguma forma, presentes durante o momento difícil da família".

A homenagem vem da voz

Assim como na despedida de Marcos Coutinho, a família decidiu homenageá-lo com uma de suas maiores paixões: a música. Zied Coutinho, tio de Marcos, subiu ao altar da igreja Nossa Senhora Auxiliadora tão logo dona Zildinete desceu e com sua voz grave entoou a canção Sonda-me, do padre Ricardo Wythe.

O barítono então fez aflorar a emoção, tanto na família quanto nos amigos de Marcos Coutinho. Colegas de profissão também desataram a chorar enquanto Zied prestava sua homenagem.

Terminou a primeira música e o tio de Marcos Coutinho começou a cantar Viagem, de Paulo César Pinheiro, agora confortando os corações ali presentes. "Oh! Tristeza me desculpe/Estou de malas prontas/Hoje a poesia/Veio ao meu encontro/Já raiou o dia", diziam os versos, que faziam se erguer os ali presentes.



Nem sempre dá tempo

Zidiel Coutinho Jr, afilhado de Marcos Coutinho, foi quem puxou o coro para cantar "Gostava tanto de você", Tim Maia, durante o enterro de Marcos Coutinho. O momento, um dos mais marcantes da despedida do jornalista, iria se repetir na missa de sétimo dia, ao fim de um discurso em homenagem, mas não deu tempo - a igreja seria palco de um casamento a seguir. Contudo, ele fez questão de registrar a admiração pelo padrinho. Confira abaixo a íntegra do discurso preparado por ele:

Agradecimentos

Estou aqui pela gratidão devida a Deus, porque o Altíssimo deu-me a graça que encarnou em Marcos Coutinho, meu primo, "paidrinho", compadre e orientador. Marcos fez mais feliz minha vida, a nossa vida. Quem me dera poder perenizar o tempo de nossa convivência, quando dele recebi tantas alegrias! Marcos deixou indelével e saudosa memória. Dele ficaram lições de valor extraordinário para os seus familiares, para os seus amigos, para os seus concidadãos.

Marcos Coutinho foi ser humano excepcional, extremamente amoroso, superlativamente caridoso. Foi e continuará sendo em nossos sentires e pensares. Sempre cultuando a vida intelectual, influía sobre a orientação das pessoas que amava. Amigo dos livros e dos computadores, deles fez ferramentas de seu trabalho. E pelo seu trabalho alçava-se a patamares sempre mais altos da escadaria espiritual.

Dotado do dom do amor, amava intensamente. O carinho, a estima derramados de seu coração inundou a família Coutinho Barbosa. Quanta dedicação! Quanto carinho! Coutinho fez do afeto seu legado.

Amava suas raízes, era um apaixonado pela família. Entre os amigos e familiares descobria e comunicava talentos e virtudes. Foi um homem e comunicação, um homem de ação e um homem de pensamento. Seu espírito superior deleitava-se com a música, que também amava.

Realizou-se exemplarmente no jornalismo como profissional de sucesso. Foi Marcos Coutinho o responsável pelo primeiro ciberjornal de Mato Grosso. Idealizou a Secretaria de Comunicação da Câmara Municipal de Cuiabá, atuou no jornal A Gazeta e ultimamente era Diretor Executivo e idealizador do Grupo Olhar Direto.

Dotado de espírito público, corajoso e sagaz, Marcos Coutinho fazia-se senhor de si para com mais disciplina se pôr a serviço do povo. Controlava as emoções mantendo-se no caminho reto. Não cedeu a tentações, nada nem ninguém poderia macular o alto conceito que gozava. Reportava os fatos com clareza e imparcialidade. Não alindava nem enfeava as informações. O foco dele estava no dizer a verdade...

Era um abnegado. A mediocridade e a mesquinharia passavam a mil anos-luz dele. Escarmentou-se nos embates políticos. Neste campo de batalha, não recuava. Buscava sempre posições na frente de luta, em que foi jornalista destemido e vibrante. Produtivo ao extremo, o tempo era pra ele sempre urgia. Animou sua personalidade uma gama tantos outros valiosos predicados que o destacaram notavelmente como empreendedor pioneiro.

Agradeço indistintamente a todos os amigos, parentes, colegas e a todas as autoridades governamentais, eclesiásticas e jurídicas que prestaram sua homenagem à memória de Marcos Coutinho. Nós, seus familiares, jamais nos esqueceremos da solidariedade recebida, de tantas e tão sinceras condolências que tanto nos confortaram na doída saudade.

Morreu o trabalhador, não o trabalho. Outros seguirão o caminho que Marcos Coutinho palmilhava. Aqueles que ao lado dele trabalhavam continuarão a buscar o ideal com ele compartido. Esses manterão viva a equipe preparada, aguerrida e muito bem apetrechada para informar a nossa sociedade.

Como dizia Tim Maia,

"Não sei por que você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar..."

Muito obrigado!
De seu afilhado, Zidiel Coutinho JR.

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