O presidente da Câmara Cuiabá, vereador Deucimar Silva (PP), mesmo sem se pronunciar sobre a comprovação dos crimes de formação de quadrilha para cometer fraudes em licitações, que resultou no desvio de R$ 7,5 milhões na gestão do ex-presidente do Legislativo, Lutero Ponce (PMDB), deixou evidente que não tocou no assunto antes por temer pela sua vida.
O vereador pepista disse somente que estava “muito feliz”, após os resultados e sinalizou que não teceria comentários sobre o assunto, porque segundo ele já havia sofrido muitas perseguições nas últimas semanas.“Quero me pronunciar somente após a Justiça aceitar a denúncia, e já sofri muitas perseguições nos últimos dias”, afirmou.
O temor do parlamentar possivelmente se dá pelo fato de ter sido alvo de assalto em sua residência, onde ele, seus familiares e a empregada ficaram por 30 minutos sob a mira de um revólver.
Para agravar o estado de “insegurança” do presidente, ele afirmou que um dia antes do assalto à Câmara, duas pessoas com atitude suspeita estariam rondando o prédio. Ao serem questionados, os suspeitos saíram em disparada em uma motocicleta. Para Deucimar, os dois estavam procurando-o para matá-lo.
Conforme o delegado que cuida do caso, Crystian Cabral, a sequência de assaltos e a priorização por documentos em detrimento de patrimônio, assegura a tese que todos os assaltos são de cunho político, e que pode ser ter sido uma possível represália. E no caso do roubo a documentos no gabinete de Lutero, poderia ser uma forma de destruir de provas contra ele, para dificultar as investigações.