Um poderoso clérigo iraniano sugeriu na sexta-feira que funcionários da embaixada britânica em Teerã presos no país sejam julgados pela República Islâmica por seu suposto papel nas manifestações pós-eleitorais que atingiram o país.
Em Londres, o gabinete do exterior disse estar "muito preocupado" com as declarações do Aiatolá Ahmad Jannati, de que os funcionários da embaixada local devem ir a julgamento.
Nessa semana, o Irã anunciou a prisão de nove funcionários da embaixada britânica por suposto envolvimento nas grandes manifestações ocorridas nas ruas do país após a eleição que deu a vitória ao presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad.
Desde então, alguns desses funcionários já foram libertados, mas autoridades britânicas dizem que dois deles continuam presos.
"Nesses desdobramentos, a embaixada deles aqui manteve uma presença (nos protestos) nos quais pessoas foram presas e, inevitavelmente, eles serão julgados já que confessaram", disse Jannati durante as orações de sexta-feira.
Jannati é um conservador que chefia o Conselho de Guardiães, um poderoso órgão constitucional composto por 12 membros.
A Grã-Bretanha nega as acusações iranianas de que integrantes de sua embaixada estiveram envolvidos e incitaram as manifestações da oposição após o pleito, o qual o candidato derrotado Mirhossein Mousavi afirma ter sido fraudado em favor da reeleição de Ahmadinejad.
A União Europeia prometeu uma resposta enfática e coletiva caso o Irã faça algum mal a funcionários de embaixadas europeias.
A Grã-Bretanha e o Irã já trocaram expulsões de diplomatas desde a eleição, que gerou a maior demonstração de descontentamento no Irã desde a revolução islâmica de 1979 e tencionou as relações do país com o Ocidente.
Em Londres uma porta-voz disse: "Estamos muito preocupados com essas informações e as estamos investigando".
"As acusações de que nossos funcionários estão envolvidos em incitar o tumulto são totalmente sem fundamento. Buscaremos uma explicação urgente dos iranianos", acrescentou.