O comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Mendes, irá prestar depoimento ao delegado Sillas Caldeira, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nos próximos dias. A medida tem como objetivo ouvir o oficial sobre a não adoção das medidas de preservação e isolamento do local do crime que vitimou o soldado Danilo Cézar Fernandes, de 27 anos, e da estudante do curso de publicidade Karina Fernandes, de 20 anos, após um confronto com assaltante Edilson Pedroso. Os dois morreram durante uma tentativa de assalto à Casa de Câmbio Rápido, no último dia 24 de fevereiro em plena avenida Getúlio Vargas. A Polícia Civil investiga de qual arma saiu o disparo que vitimou a estudante, que foi atingida na cabeça. Dois policiais estavam no interior da loja, bebendo água, quando o estabalecimento foi invadido. Houve reação dos miiltares e troca de tiros.

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“O local não estava preservado o que dificultou muito a elucidação dos fatos. Na verdade, sempre se pede o isolamento e quando o processo é mal feito pistas importantes da investigação se perdem”, pontua o delegado. “Queremos obter alguns esclarecimentos e por isso a necessidade da oitiva. Na hora em que cheguei ao local havia muita gente ali, além do necessário. No local do crime devem estar o delegado e os peritos. À  Polícia Militar cabe o isolamento do local”, reitera.

Pouco depois da ação criminosa, equipes do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), assim como  atendentes de uma farmácia vizinha ao local do crime foram até à Casa de Câmbio para tentar ajudar às vítimas. Na data da tragédia, a estudante de publicidade morreu na hora, mas o soldado chegou a ser socorrido até o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá. 

O delegado informou ainda que aguarda os laudos periciais do local de crime, assim como da análise das imagens do circuito interno de segurança (que mostram o confronto entre o assaltante e os militares) e das armas apreendidas em poder dos dois policiais que estavam na cena e do assaltante Edilson Pedroso preso em poder de uma pistola ponto 40, dois dias após o crime, na cidade de Acorizal.

Ele relembra que na data do crime cinco pessoas estavam no interior da loja, o gerente, a atendente (Karina), os dois policiais militares, além de uma usuária da casa de câmbio. Houve confronto e o militar e a atendente morreram. Cenas do circuito de segurança gravaram toda a ação. “Tudo foi muito rápido. Entre a entrada do criminoso, os disparos e a saída do assaltante foram 19 segundos, registrados pelas imagens. O criminoso chegou ao local às 16 horas, três minutos e dois segundos. Ele deixa o local, em seguida, às 16 horas, três minutos e vinte e um segundos”.

Depoimentos

O coordenador de comunicação social da Polícia Militar de Mato Grosso, tenente coronel Paulo Ferreira Serbija Filho,  informou à reportagem do Olhar Direto que todas às solicitações - atendendo aos requisitos legais - feitas pela Polícia Civil são atendidas prontamente. “A Polícia Civil é soberana nas investigações. A PM não possui interferência alguma. A competência de investigação é dela. Se houver a necessidade de que todos os policiais que estiveram no local, assim como o tenente coronel, prestem depoimento, será feito”.

Ele ainda afirmou  que as duas pistolas usadas pelos militares na ação (eles portavam pistolas ponto 40) foram entregues à Polícia Civil assim que a Instituição recebeu a solicitação. “Logo de imediato elas foram lacradas e separadas. Permanecemos só no aguardo da solicitação formal, em cumprimento aos trâmites burocráticos, para entrega”.