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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Ex-braço direito do PCC, Sandro ‘Louco’ fundou Comando Vermelho MT após conhecer Fernandinho Beira Mar

Ex-braço direito do PCC, Sandro ‘Louco’ fundou Comando Vermelho MT após conhecer Fernandinho Beira Mar
Sandro Rabelo já foi o “braço direito” de Marcos Camacho, o “Marcola”, líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em Mato Grosso, mas depois de conhecer pessoalmente o traficante Fernandinho Beira mar, um dos maiores líderes do Comando Vermelho em todo Brasil, decidiu fundar sua própria “franquia” do crime organizado. Esse poderia ser o resumo da criação do Comando Vermelho Mato Grosso.


Comando Vermelho pode ter influência direta no aumento de assassinatos e assaltos em MT
Comando Vermelho abarca todas as facções criminosas do Estado
Operação desarticula quadrilha que comanda latrocínios, roubos e assassinatos de presídios; 43 mandados são cumpridos

De acordo com o delegado diretor de inteligência da Polícia Judiciária Civil, Marcelo Felisbino Martins, em 2008, Sandro “Louco”, como é conhecido, foi transferido para uma penitenciária no Rio Grande do Norte, aonde havia membros do Comando Vermelho. Lá ele teve contato com o estatuto do Comando Vermelho, um documento com todas as diretrizes “filosóficas” da organização e aprendeu como funcionava a estrutura organizacional administrativa da facção.

Em 2012, Sandro retornou para Mato Grosso e, ao invés de tentar retomar as atividades com o PCC, decidiu fundar a "franquia" mato-grossense do Comando Vermelho. O motivo de mudar pode ter sido as possibilidades de maior autonomia financeira e administrativa. Se continuasse no PCC, Sandro teria de enviar para a central da organização, em São Paulo, um percentual de todo lucro obtido com o tráfico de drogas em Mato Grosso. Além disso, Sandro continuaria subordinado ao comando do Primeiro Comando da Capital.

Já com a fundação de uma franquia do Comando Vermelho ele não deveria nada a ninguém. O Comando Vermelho age de forma autônoma em cada Estado, tendo em comum apenas o estatuto e uma pré-disposição a prestarem ajuda financeira e logística entre o grupo de um estado com o de outro. Neste caso, o CV-MT seria fornecedor de drogas ao Comando Vermelho do Rio de Janeiro.

“Mato Grosso é um estado muito interessante com as organizações criminosas porque faz fronteira com grandes produtores de droga. E o CV-MT não tinha dependência nenhuma, subordinação nenhuma. No máximo acordos de cooperação logística e parceria comercial. O CV-MT forneceria drogas ao Comando Vermelho do Rio de Janeiro”, explicou Marcelo Felisbino.

Contudo, conforme manda o estatuto do Comando Vermelho, a nova facção não poderia ser controlada por apenas uma pessoa. Todo CV é regido por um “Conselho Final”, forma por quatro pessoas: O presidente, o vice-presidente, o porta-voz e o tesoureiro.

Como presidente da nova organização, ele arregimentou Renato Sigarini, conhecido como “Vermelhão”, outro criminoso com passagens por assaltos e tráfico de drogas, além de experiência com movimentações financeiras – ele administrava uma ONG para ajudar crianças carentes com o intuito de movimentar contas correntes despercebido da lei -, Renildo Silva Rios, vulgo “Nego”ou “Liberdade” , e Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus para completar o conselho final.

Sandro “Louco”, o líder

Com 47 anos de idade, Sandro Rebelo, o “Louco”, já possui condenações que ultrapassam 180 anos de prisão. As principais condenações são por latrocínio e formação de quadrilha. Segundo a inteligência da Polícia Civil, foi o líder do PCC em Mato Grosso, sendo considerado o braço direito do traficante internacional Marcola. Atualmente, é considerado o principal nome do Comando Vermelho – MT e o principal fator para o crescimento exponencial da facção.

De acordo com delegado geral da Polícia Civil, Aderson Garcia, quando o CV-MT surgiu houve alguns atritos com o PCC no Estado, contudo, Sandro usou da sua habilidade para conseguir um acordo altamente vantajoso a sua nova organização criminosa: As duas facções criminosas poderiam coexistir pacificamente na região, contudo, o PCC não poderia “batizar” nenhum novo membro. A partir de julho de 2013, o criminoso que quisesse entrar para alguma fação neste Estado só poderia escolher o Comando Vermelho.

Como resultado, o PCC manteve os mesmos 80 membros desde então, enquanto o CV-MT passou a ter cerca de 400 “filiados”. Com a desarticulação do “Conselho Final” do Comando Vermelho Mato Grosso, na operação Grená, liderada pelo delegado Flávio Stringueta, a expectativa é que o número pare de crescer.

“Vamos ver como a organização vai reagir agora, sem sua cabeça. Acreditamos que vai perder grande parte de sua funcionalidade”, ponderou Anderson Garcia. “Sem sombras de dúvida, o Sandro foi peça fundamental em todo esse crescimento da facção criminosa”, completou.

Transferidos

Os criadores e articuladores do CV-MT, Renato Sigarini, Miro Arcângelo, e Renildo Silva foram transferidos no começo de abril para uma penitenciária federal no Estado do Rio Grande do Norte. O único que permanece ainda no Estado é o principal mentor e líder da facção, “Sandro Louco”, que por ter contraído hepatite não poderá entrar em outra unidade.

Também foram transferidos para a unidade de segurança máxima, no Estado do Rio Grande do Norte, os internos membros do staff do CV-MT: Toleacil Natalino da Costa, conhecido por “Tulio”, “Tulia” ou Tolha”; Isaias Pereira Duarte, o “Caverninha”; Rudney Rodrigues dos Santos, conhecido por “Pinguim” e Leonardo Flávio de Souza, o “Bocão”.

Na operação também mudou de domicílio prisional Marcílio Souza Bezerra, membro de uma facção rival. As transferências dos detentos foram comandadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) com apoio da Polícia Federal. Até o momento 36 pessoas já foram presas envolvidas com no esquema. 
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