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Segunda-feira, 01 de julho de 2024

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NINGUÉM PODE CANTAR VITÓRIA

Disputa pela Mesa Diretora da Assembléia Legislativa tende a repetir histórico 13 a 11 registrado há mais de duas décadas

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Na dia 1 de setembro, Assembleia Legislativa deve eleger a próxima Mesa Diretora biênio 2017-19

Na dia 1 de setembro, Assembleia Legislativa deve eleger a próxima Mesa Diretora biênio 2017-19

Caso não haja recuo de nenhum dos lados, a disputa pela Mesa Diretora da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, neste ano, tende a reprisar o ocorrido em fevereiro de 1995: placar de 13 a 11, com apenas dois votos em favor do vencedor. E, na época, o deputado estadual Gilmar Fabris (então DEM, hoje PSD) se elegeu presidente do Poder Legislativo, tendo o deputado José Geraldo Riva (então PMN) na Primeira Secretaria. Ele bateu a chapa liderada pelo então deputado José Lacerda Filho (PMDB), hoje assessor da Assembleia.

 
Neste ano, após a desistência do deputado Emanuel Pinheiro (PMDB) para disputar a Prefeitura de Cuiabá, apenas dois nomes consolidados internamente disputam a Mesa Diretora: Guilherme Maluf (PSDB) e Eduardo Botelho (PSB) brigam voto a voto, desde fins de 2015. A eleição deve acontecer na manhã do 1º de setembro, uma quinta-feira – a primeira sessão ordinária daquele mês, para cumprir mandato no biênio 2017-19.
 
Maluf busca a reeleição, enquanto Botelho, atual vice-presidente da Assembléia, tenta chegar onde planeja desde que as urnas se fecharam em 2014, proclamando-o eleito. Já Emanuel Pinheiro, que desejava representar “o grito de independência” do Poder do Legislativo, saiu do páreo para brigar pela Prefeitura de Cuiabá.
 
Eduardo Botelho jura por tudo quanto é sagrado que possui 10 votos garantidos. Todavia, o deputado Oscar Bezerra (PSB), seu colega de bancada, briga pela Primeira Secretaria. É improvável dois deputados do mesmo partido acumulando as principais cadeiras da Mesa Diretora.
 
Guilherme Maluf demonstrou em 2015 que possui a técnica em vencer disputas improváveis. Em tese, ele era o que possuía a menor chance de vitória, em fevereiro do ano passado, por causa da decisão dos novatos em não aceitar, na Presidência, quem tivesse participado das legislaturas anteriores. O nome mais forte de então, deputado Mauro Savi (PSB), foi rifado por conta desta tese dos “sangues novos”, no Edifício Dante Martins Oliveira.
 
Eduardo Botelho trabalha para consolidar os votos comprometidos com seu projeto. Há poucos dias, chegou-se a alardear o aval do governador José Pedro Taques (PSDB) para sua postulação, mas o Palácio Paiaguás nunca formalizou apoio a ninguém. Pelo contrário: o secretário Paulo Zamar Taques, chefe da Casa Civil, se apressou em desmentir qualquer interferência. E, depois, durante cerimônia em Várzea Grande, Pedro Taques pessoalmente avisou que não colocaria “minha colher de pau nesse angu”, na briga pela Mesa Diretora do Legislativo.
 

 
Como foi naquela época

Era uma quarta-feira, dia 1º de fevereiro de 1995. A Assembléia Legislativa de Mato Grosso funcionava no antigo Palácio Filinto Müller, na Praça Moreira Cabral – rua Barão de Melgaço, onde hoje está sediada a Câmara de Cuiabá.
 
Dante de Oliveira (PDT) havia sido eleito governador de Mato Grosso e tomado posse em 1º de janeiro. Ele venceu o pleito no primeiro turno, derrotando o então vice-governador Osvaldo Sobrinho (PTB), que teve na eleição apoio tímido dos irmãos Júlio José e Jaime Veríssimo de Campos. Júlio ainda era senador da República (primeiro secretário do Senado) e Jaime encerrava seu mandato de governador.
 
Duas semanas antes da eleição da Mesa Diretora, um emissário de Júlio e Jaime Campos conversou com Dante e o então futuro líder do governo, deputado Ricarte de Freitas (PSDB), e o vice-líder, deputado Roberto Nunes (PDT), no Palácio Paiaguás, levando uma proposta conciliadora. Tudo para evitar briga pela futura Mesa Diretora da Assembleia.
 
Jaime Campos não digeriu a resposta e a oposição tinha como ‘plano B’ lançar a candidatura do deputado Gilmar Fabris ou Romoaldo Júnior muito mais para marcar posição do que por crer em perspectiva de vitória.
 
No resumo da proposta, por ter eleito 11 parlamentares, a oposição  queria o direito de indicar o primeiro secretário, enquanto a situação ficaria com a Presidência. Dante não aceitou e fincou o pé em montar uma chapa pura. O problema é que a situação tinha conseguido eleger 10 deputados estaduais e só chegava à maioria com os três eleitos pela Frentinha- José Riva, Jorge Abreu (PMN) e Eliene José de Lima (PSB).
 
Quase sempre destemperado e de posições firmes, Gilmar Fabris sempre foi conhecido por seu destemor. E ele assumiu a disputa pela Presidência da Assembléia, construindo uma costura inusitada, para a época: convenceu José Riva e Jorge Abreu a fazerem parte de sua chapa. Assim, Riva se tornou primeiro secretário e, Jorge Abreu, ficou coma Segunda Secretaria.

Os dois vistos como independentes, somados aos 11 da oposição, asseguravam 11 sufrágios para a chapa de Fabris. Para evitar o assédio governista sobre os seus 13 eleitores, Gilmar levou os parlamentares para um “retiro”, em sua fazenda, por praticamente uma semana.

Por conta disso, em 1º de fevereiro de 1995, foram registradas duas chapas: uma com Gilmar Fabris para presidente e Riva na Primeira Secretaria; e, outra, com José Lacerda Filho (PMDB) para presidente e Roberto Nunes como primeiro secretário.
 
A chapa Fabris-Riva venceu por 13 a 11. Começou naquela manhã de fevereiro de 1995 o período de duas décadas de comando de José Riva, na Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Ele se elegeu presidente pela primeira vez, em 1996, e assumiu em fevereiro de 1997. Mas isso é outra história.
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