O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Lutero Ponce (PMDB), disse que espera que a comissão processante, responsável por investigar o suposto desvio de R$ 7,4 milhões daquela Casa de Leis, seja “isenta” nos trabalhos e lhe conceda o amplo direito de defesa. Em entrevista ao site Olhar Direto, durante sessão Plenária hoje pela manhã, Ponce ressaltou que está elaborando sua defesa para apresentar ao presidente da Comissão, vereador Francisco Vuolo (PR),  AO relator Lúdio Cabral (PT), e para Lueci Ramos (PSDB). “Meus advogados estão elaborando e  nela será fundamentada a minha inocência”, declarou.

No entanto, o ex-presidente avalia que o prazo estipulado pelos membros é muito curto, tanto com relação a entrega da defesa, que é de 10 dias, como a sessão de julgamento já agendado e anunciado ontem pela comissao, para o dia 17 de novembro. “Fazer um trabalho como esse de investigar, de apurar deveria ser com um prazo maior. O que foi estabelecido tanto para mim como para o desenvolvimento das atividades da comissão é muito curto”, frisou Ponce.

Para ser cassado, o vereador terá que receber 13 votos contra ele, o que representa 2/3 das 19 cadeiras no Legislativo. No inquérito da Delegacia Fazendária, que revelou o rombo na Câmara, Lutero foi indiciado em cinco crimes: formação de quadrilha; falsidade ideológica; falsidade de documento particular; falsidade de documento público; crime de peculato e fraude em licitação.

A comissão terá o prazo de 90 dias para concluir a investigação e o relatório. Se aprovado pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), ele será levado em plenário e os vereadores vão decidir pela cassação ou não do mandato de Ponce. A situação é similar ao que ocorreu com o ex-vereador Rald Leite, que perdeu o mandato no último dia seis de agosto por quebra de decoro parlamentar.