Em entrevista ao programa Estudio I, da Globonews, na tarde de sexta-feira (28), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), afirmou que o presidente Lula (PT) ligou para ele, após retornar de viagem para a Europa, para se “solidarizar” com o desconvite participar da 28ª edição da Agrishow. Segundo o ministro, o presidente lhe deixou à vontade para conduzir a situação conforme achasse mais conveniente.

Leia mais:
Fávaro decide não comparecer à Agrishow após 'desconvite' para abertura: 'entendi o recado'

“Ele chegou da Europa, me ligou, se solidarizou com esse fato da Agrishow e me pediu como eu iria conduzir. Falei a ele que devemos preservar as instituições. As pessoas passam, eu um dia não serei mais ministro, um dia ele não será mais presidente da República, um dia o presidente da Agrishow não será mais presidente da Agrishow. Esta é uma feira com mais de 30 anos e um sucesso comercial, que leva tecnologia aos produtores e que vai permanecer. Desejo que tenham uma boa feira, que fechem bons negócios e, no momento certo, estaremos lá para participar”, afirmou Carlos Fávaro.

Conforme adiantou Olhar Direto, Fávaro iria participar da abertura da feira, que é o maior evento do agronegócio do País. No entanto, o ministro recebeu esta semana a ligação de Francisco Maturro, que é presidente da Agrishow, lhe informando da presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também foi convidado para marcar presença no mesmo dia.

“Entendi o recado”, disse Fávaro, na ocasião, ao ser questionado por jornalista do por quê não iria mais à feira.
De acordo com a jornalista Andreia Sadi, o presidente Lula teria se irritado com a situação e chegou a ligar para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), porque teria partido dele o convite para que Bolsonaro fosse à Agrishow.

Coube à Fávaro, que inclusive se encontrou com Tarcísio na noite da última quinta-feira (27) em São Paulo, colocar panos quentes.

Banco do Brasil 

Após a confusão envolvendo o ministro da agricultura, o Banco do Brasil vai retirar todos os patrocínios da feira. A afirmação foi feita pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, nesta sexta-feira (28).

O Banco do Brasil informou, em nota, que estará presente no evento "por meio de sua atuação comercial para a realização de negócios" e atendimento a clientes. E acrescentou, sem dar detalhes, que "tomará medidas cabíveis se, durante a feira, houver qualquer desvio das finalidades negociais previstas".