Um dos mais ferrenhos críticos da política de preços adotada pela Petrobras até terça-feira (16), o governador Mauro Mendes (União) afirmou esperar que o corte nos preços da gasolina nas refinarias chegue até as bombas e impacte positivamente a vida dos consumidores.
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“Espero que chegue nas bombas. O petróleo tem grande impacto na atividade econômica, no custo de vida, na produção de alimentos e espero que o governo acerte nessa política, para o bem da sociedade. A atividade econômica impactada negativamente por uma medida da Petrobras, pode trazer reflexos para todos os cidadãos”, disse, nesta quinta-feira (18).
Mauro fez críticas a tal política de preços em diversos momentos nos últimos anos, a exemplo do período em que o Congresso Nacional e a Executivo federal forçou os Estados a reduzirem o ICMS para aliviar os altos preços dos combustíveis durante o ano de 2022. O gestor condenou os lucros exorbitantes obtidos pela Petrobras.
A antiga política de preços da Petrobras considerava os preços internacionais do barril do petróleo e a variação do dólar, ignorando o custo real de produção, que é pago em reais. Quando a Rússia iniciou a guerra contra a Ucrânia, houve uma disparada no preço do petróleo e a Petrobras também seguiu esse movimento. Somente em 2022, a petroleira distribuiu R$ 216 bilhões de lucros a seus acionistas.
Ao invés de mexer na política de preços naquela ocasião, o governo federal – sob gestão de Jair Bolsonaro (PL) - preferiu mexer na tributação, afetando os orçamentos de Estados e municípios, que já estavam em andamento, provocando frustração nas receitas e comprometendo a execução de serviços públicos.
Impacto ao consumidor
Em nota divulgada na terça, a Petrobras anunciou que vai substituir a atual política de reajuste de preços dos combustíveis, com paridade de preço internacional (PPI) por um novo sistema, que leva em conta também o mercado local.
Após o anúncio de redução nos valores do diesel e da gasolina para as distribuidoras, o preço desses combustíveis caiu em média R$ 0,40 em alguns postos de Cuiabá. Em um desses estabelecimentos visitados pela reportagem do Olhar Direto na quinta, a gasolina, por exemplo, foi encontrada a R$ 5,07.
Um estudo da consultoria MacroSector, divulgado nesta sexta-feira (19) pela Época, apontou que o preço ao consumidor da gasolina deve ter redução de 7,1% a partir de junho. No mês, o preço médio do combustível no País deve ficar em R$ 4,80 o litro.
No relatório, os economistas Fábio Silveira, Bruno Guidotte e André Casalta ainda estimam queda de 6,5% nos preços do diesel ao consumidor, ficando em R$ 4,86 o litro, em média.
Fiscalização
O Procon Estadual está fiscalizando os preços dos combustíveis em Mato Grosso para garantir que a redução chegue ao consumidor. De acordo com a secretária-adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor, Gisela Simona, o monitoramento do Procon-MT está sendo realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), por meio da análise dos preços cobrados aos consumidores em documentos fiscais. A medida permite que postos de todo o Estado sejam monitorados.
Para auxiliar e agilizar a fiscalização, o Procon orienta os consumidores a pedirem a nota fiscal sempre que forem abastecer seu veículo ou comprar gás de cozinha.
