Prefeito interino de Cuiabá por quase 3 dias, José Roberto Stopa (PV) afirmou à reportagem do Olhar Direto que já conversou com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB)  sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou o retorno do emedebista ao Palácio Alencastro. Ele disse que recebeu a decisão com naturalidade, sem radicalismo e ressaltou não haver qualquer tipo de lamentação ou mágoas na decisão da Justiça. 

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No entanto, pontuou que avalia a permanência no cargo de secretário de Obras da Capital. Desde que assumiu o comando da prefeitura na última segunda-feira (4), Stopa promoveu corte de horas extras de funcionários, prometeu uma operação tapa buracos e um “pente fino” nas compras da Saúde. 

“Meu discurso foi muito claro desde o primeiro momento. Se eu ficasse dois dias, três dias, dez dias, um dia, eu iria tomar essas posições. Ponto. Essa é minha posição, somente isso. Não me arrependo de nada e não tenho problema nenhum. Já liguei pra Emanuel, já conversamos e não existe problema nenhum”, disse esta noite ao Olhar Direto.

“Eu recebo essa notícia com naturalidade. Como que eu vou lamentar o retorno dele para prefeitura se nós somos do mesmo grupo político? “Em alguns momentos eu posso ter algumas divergências de ideias, mas lamentar não. Pelo contrário”, observou. 

Quando questionado se retornaria ao cargo de secretário de Obras ou pediria algum afastamento da função, Stopa não confirmou e disse que iria fazer uma avaliação para uma decisão pela sua continuidade ou não. 

“Eu sou vice-prefeito, vou retornar ao cargo de vice”. É, eu vou analisar [o retorno para secretário de obras], mas eu sou vice-prefeito, fui eleito junto com o prefeito Emanuel. Eu vou continuar com as minhas ideias. Eu não tenho problema com o Emanuel porque eu defendo isso ou aquilo”, finalizou.  

O afastamento havia sido determinado na segunda-feira (4) pelo desembargador Luiz Ferreira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). O magistrado havia atendido pedido do Ministério Público. Órgão havia classificado Emanuel como chefe de uma organização criminosa atuante principalmente na Secretaria Municipal de Saúde.

No conjunto das cautelares impostas por Luiz Ferreira, estava a suspensão do cargo de prefeito de Cuiabá, sem prejuízo de remuneração, pelo prazo de 180 dias.

Ao julgar, o ministro salientou que proferiu, no começo de fevereiro, decisão monocrática em favor de Emanuel para declarar a competência da Justiça Federal no julgamento dos supostos crimes cometidos no âmbito da gestão municipal da Saúde. O Ministério Público local foi intimado da decisão e, na mesma data, apresentou o pedido de cautelares acolhido pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva.
 
Assim, conforme Dantas, é prudente evitar o afastamento do exercício do mandato eletivo pelo menos até que se tenha uma definição da Quinta Turma sobre o foro competente para a análise das imputações.