Dois netos do ex-secretário de Infraestrutura do Estado Vilceu Marchetti, de 14 e 9 anos, ouviram a discussão que antecedeu o assassinato do político, na noite desta terça-feira (7), na fazenda Mar Azul, localizada na região de Mimoso, a cerca de 120 km de Cuiabá.
Assassino encontrou Vilceu Marchetti deitado na cama e sem chance de defesa
De acordo com informações da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa, o casal Angela dos Santos e Anastácio Marafon discutiu antes da execução porque o marido foi cobrar satisfação da esposa após ter flagrado Marchetti a assediando. Ele viu o momento em que o ex-secretário teria passado a mão nas nádegas dela e quis saber se ela tinha um caso com o ex-prefeito de Primavera do Leste.
Angela garantiu que não tinha nada com Marchetti, mas teria confirmado o assédio. Possesso, Anastácio se armou com um revólver, possivelmente de calibre 38 e sem registro, e entrou no quarto em que a vítima dormia. “Você está mexendo com a minha esposa”, disse ao entrar no quarto antes de disparar na cabeça e no peito da vítima, que estava deitada na cama, pronta para dormir.
Entenda o caso
Vilceu Marchetti trabalhava como administrador da fazenda Mar Azul, de propriedade de Neri Fulgante. O casal também trabalhava para Fulgante, mas em Santa Catarina, e veio para Mato Grosso há cerca de 10 dias. Anastácio Marafon ocuparia o posto de Marchetti.
Vítima e assassino confesso passaram a tarde toda de segunda-feira (7) vacinando gado na fazenda. Ambos voltaram após o serviço de carro, mas Marchetti e andou um trecho a pé e assediou a esposa. O marido viu a cena e estava armado na hora, mas preferiu questionar a esposa primeiro antes de tomar qualquer atitude.
Vida pública
Vilceu Marchetti entrou na vida pública na década de 1990, eleito prefeito de Primavera do Leste pelo PTB. Ele chegou a presidir a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) de 1995 a 1997.
Marchetti também ocupou o cargo de superintendente de Manutenção e Conservação de Rodovias, da secretaria de Estado de Infra-estrutura (Sinfra) e depois assumiu a pasta de 2007 a 2010, durante a gestão Blairo Maggi (PR).
Marchetti deixou o governo sob o Escândalo dos Maquinários. O Ministério Público Estadual apurou à época que a administração pública havia superfaturado em R$ 44 milhões a aquisição de máquinas e ele foi denunciado.
