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Terça-feira, 16 de julho de 2024

Notícias | Criminal

ALVO DA OPERAÇÃO GRAVATAS

PM que enviou 21 boletins contendo informações sigilosas aos líderes do CV é mantido preso

Foto: Reprodução

Leonardo é o quarto da esquerda para a direita

Leonardo é o quarto da esquerda para a direita

O desembargador Helio Nishiyama manteve a prisão preventiva de Leonardo Qualio, policial militar detido no âmbito da Operação Gravatas, que apura a participação de juristas e militares nas ações criminosas do Comando Vermelho em Mato Grosso. Em decisão liminar, Nishiyama negou estender à Qualio o benefício concedido ao advogado Tallis Lara Evangelista, também alvo da operação, que foi colocado em liberdade provisória mediante uso de tornozeleira. Decisão é desta segunda-feira (10).


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Relatório da investigação sustentou que Qualio não seria um mero informante do Comando Vermelho, mas um integrante da facção. Na condição de militar, ele teria repassado, ilegalmente, 21 boletins de ocorrência em tempo real aos líderes da organização, com aparente objetivo de manter o CV munido de informações sobre operações policiais, prisões, apreensões, causando danos à atuação investigativa.  

Além disso, a participação do PM na atuação do grupo resultou em danos graves à segurança de testemunhas e vítimas, bem como à integridade dos encarregados pela manutenção da ordem pública.

Defesa de Qualio sustentou ao desembargador que a ele caberia o mesmo benefício concedido à Tallis. Contudo, Nishiyama anotou na sua ordem que os casos são distintos.

O PM está submetido ao regime jurídico militar, o que afasta a alegação defensiva de que os casos são similares processualmente. Além disso, anotou o magistrado que Qualio está sendo mantido preso por força de ato judicial diferente daquele que Tallis estava submetido.

Por fim, anotou que a prisão de Qualio foi embasada na necessidade de garantia da ordem pública e da disciplina militar, o que difere totalmente dos motivos pelos quais o advogado era mantido encarcerado. Tallis foi solto na semana passada, mas teve o exercício profissional parcialmente suspenso, e será monitorado por tornozeleira eletrônica. Ambos são alvos da Operação Gravatas.

Qualio foi preso em março, mês que a operação Gravatas foi deflagrada. Para o Ministério Público, Leonardo, na condição de militar lotado em Sinop, não tinha nenhuma vinculação profissional com Tapurah, a não ser sua responsabilidade com a organização, cuja função era enviar de boletins de ocorrência em tempo real para os integrantes do Comando Vermelho.
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