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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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AINDA RESPONDEU EMANUEL

Acusado de negociar transferência de membros do CV, ex-diretor do CRC nega e diz que mensagens interceptadas são falsas

Foto: Reprodução

Acusado de negociar transferência de membros do CV, ex-diretor do CRC nega e diz que mensagens interceptadas são falsas
Acusado de negociar a transferência de lideranças do Comando Vermelho em Mato Grosso, o ex-diretor do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) e atual presidente da Fundação Nova Chance, Winkler Freitas Teles, emitiu nota negando todas as imputações feitas contra ele pela Operação Ragnatela. Winkler chamou o relatório da investigação de “inverdades” e reafirmou que não tem qualquer vínculo com os faccionados. Veja a nota na íntegra ao final da matéria. 


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Winkler começou alegando que é servidor do sistema prisional desde 2011, e que em 13 anos de carreira, nunca teve registro de infração disciplinar ou qualquer outra questão desabonadora. Negou veementemente relação com qualquer membro do CV ou servidor público envolvido na trama.

Segundo a Operação, o esquema seria para beneficiar Paulo Witer Farias, o WT, apontado como tesoureiro-geral do CV em Mato Grosso, e os conselheiros Jonas Gonçalves Junior, vulgo Batman e Fábio Aparecido Marques do Nascimento, vulgo Lacoste. Houve a tentativa de transferir o líder máximo do grupo, Sandro Silva Rabelo, o Sandro Louco, mas a permuta em relação a ele não foi possível.

A trama criminosa teria sido oferecida a Willian Aparecido, vulgo “Gordão” pelo policial penal Luiz Otavio Natalino, que já o ajudava a entregar celulares aos faccionados. Otávio informou que tinha contato direto com o então diretor do Centro de Ressocialização de Cuiabá, Winkler de Freitas Teles, e que ele poderia garantir a troca.

Nos diálogos interceptados, é possível notar que a motivação da transferência foi porque Paulo WT foi espancado dentro da PCE por faccionados rivais e, por isso, precisava ir para o Carumbé, cuja segurança é mais branda, sendo, inclusive, chamado de “shopping” pelos criminosos.

Luiz Otávio, então, envia a Gordão prints de conversas entre ele e o diretor do CRC, Winkler. No diálogo, Winkler informa que o “secretário” deveria dar o aval da permuta, cobrando R$ 20 mil por cada preso, fora a parte dele. O pagamento deveria ser feito em espécie, ao segurança do secretário. O local combinado: o estacionamento de supermercado situado no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, onde a então autoridade pública moraria.

Gordão, que também é apontado como uma das lideranças da facção em MT, concorda com os valores sugeridos por Winkler, e envia o nome de cinco detentos para a transferências. Primo de Gordão, Paulo Winter Farias, vulgo ITA ou WT, os conselheiros Lacoste e Batman, além de outros dois.

Winkler, então, elabora o pedido de permuta no dia 12 de junho, solicitando a transferência ao secretário Alexandre Bustamante. Pessoa identificada por “Sales” também aparece nas conversas como sendo primordial para a execução do plano.

Contudo, segundo a manifestação de Winkler, as conversas a ele atribuídas são falsas e não saíram do seu aparelho de celular. Reafirmou que não recebeu qualquer quantia irregular para assinar qualquer ato de ofício, e que tais transferências não ocorreram sob sua gestão.

Sobre a fala do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que também aparece no caderno investigativo pousando em foto junto com os principais investigados da Operação, e disse que Winkler deveria ser preso, o ex-diretor do CRC disse que Pinheiro deveria ter responsabilidade de analisar os autos antes de tecer quaisquer comentários.

“Por derradeiro, esclareço que todos os fatos criminosamente imputados à minha pessoa serão devidamente esclarecidos às Autoridades Investigativas, ao Poder Judiciário e em seguida à toda sociedade, já que sempre pautei minha vida pessoal e profissional em princípios éticos, sendo certo que tudo será esclarecido, a fim de provar a minha inocência de forma inquestionável”, finalizou Winkler.

Ragnatela 

O caso foi relevado no âmbito da Operação Ragnatela, deflagrada nesta quarta-feira (5) contra esquema comandado pelo CV, que lavou milhões de reais provenientes do tráfico, por meio de estabelecimentos comerciais de fachada, como o Dallas Bar, o Strick Pub, dois lava-jatos e um restaurante.

Segundo as investigações, o vereador Paulo Henrique Figueiredo (MDB), o cerimonialista da Câmara Municipal de Cuiabá, Rodrigo Leal, Rodrigo Anderson de Arruda Rosa, agente de Regulação de Fiscalização da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá, e o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá, Benedito Alfredo Granja Fontes estariam envolvidos no esquema, cujas atribuições seriam liberar alvarás para que o CV pudesse realizar shows de funkeiros nacionais com objetivo de lavar o dinheiro.

Nota de esclarecimento

Eu, WINKLER FREITAS TELES, venho por meio desta, repudiar todas as inverdades que estão sendo veiculadas pelas mídias jornalísticas e reafirmar que não tenho nenhum vínculo com qualquer dos citados, sendo necessário para o momento fazer os seguintes apontamentos:

1 - Tomei posse como servidor público do sistema prisional no ano de 2011, sendo que nesses mais de 13 anos de carreira, nunca houve na minha ficha funcional registro de infração disciplinar e/ou outras questões que desabonassem a minha carreira;

2 - JAMAIS MANTIVE QUALQUER TRATATIVA INDECOROSA com qualquer dos investigados ou meramente citados na OPERAÇÃO RAGNATELA ou com qualquer reeducando ou servidor Público;

3 - As supostas conversas atribuídas a minha pessoa contidas na Operação RAGNATELA SÃO FALSAS, jamais saíram do meu terminal telefônico ou de qualquer outro telefone que estivesse sob a minha posse;

4 - Esclareço que JAMAIS PARTICIPEI DE QUALQUER NEGOCIAÇÃO ou planejamento visando a transferência irregular de qualquer reeducando;

5 - Na mesma senda, NUNCA RECEBI QUALQUER VALOR IRREGULAR para fazer ou deixar de fazer qualquer ato de ofício. Esclareço desde já que as supostas transferências irregulares de presos nunca se deram durante a minha gestão como Diretor do CRC, não tendo qualquer relação quanto a estes fatos;

6 - Da mesma forma firmo categoricamente que o meu nome foi indevidamente incluído na investigação sem qualquer constatação da Autoridade Policial aos fatos falsamente atribuídos à minha pessoa, os quais serão indubitavelmente esclarecidos e provados que não tive qualquer envolvimento com os fatos investigados na citada Operação Policial;

7 - Esclareço ainda que diferentemente do que foi divulgado ao meu respeito pela imprensa não sofri busca e apreensão, tampouco fui afastado das minhas funções públicas, considerando a ausência de elementos mínimos para tais medidas;

8 - Por fim, em relação ao comentário irresponsável proferido pelo Prefeito Emanuel Pinheiro em relação à minha pessoa, merece registro apenas o fato de que o mesmo ao se declarar ADVOGADO E PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL, deveria ter a diligência e responsabilidade de analisar os autos primeiro antes de tecer comentários ao meu respeito, já que meu nome é covardemente citado na OPERAÇÃO RAGNATELA, sem qualquer participação minha nos fatos ora investigados;

9 - Por derradeiro, esclareço que todos os fatos criminosamente imputados à minha pessoa serão devidamente esclarecidos às Autoridades Investigativas, ao Poder Judiciário e em seguida à toda sociedade, já que sempre pautei minha vida pessoal e profissional em princípios éticos, sendo certo que tudo será esclarecido, a fim de provar a minha inocência de forma inquestionável.
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