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Sábado, 29 de junho de 2024

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1.200 FAMÍLIAS

Justiça determina que construtora transfira ao Estado bairro que passou por desapropriação fraudulenta

Foto: Reprodução

Justiça determina que construtora transfira ao Estado bairro que passou por desapropriação fraudulenta
Flávio Miraglia Fernandes, juiz da 1º Vara da Fazenda Pública da capital, julgou procedente pedido feito pelo Governo de Mato Grosso para reconhecer e adjudicar a área de terras localizada no bairro Renascer, em Cuiabá. O espaço em questão tem 1.200 famílias residentes e já foi envolvida em suposta fraude de desapropriação que teria sido executada pelo ex-governador do Estado, Silval Barbosa, por R$ 13 milhões.


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 O Governo do Estado, em 2014, havia editado decreto para declarar utilidade pública com fins de desapropriação para promover a regularização fundiária de mais de 1.200 famílias que residem no local, bem como a legalização de projeto urbanístico para melhorar a adequação social e preservação ambiental.

As terras em questão, que pertencia a massa falida da Provalle Incorporadora, são localizadas entre as avenidas Arquimedes Pereira Lima e Professora Edna Affi, e foram avaliadas por técnicos do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) em RS 33,2 milhões, valor aceito pela empresa.

Todavia, conforme acostado na decisão, o governo apontou que ainda não recebeu a propriedade do imóvel que está regularmente pago e desapropriado. Tal situação, inclusive, tem causado prejuízos às famílias que estão privadas do direito a moradia digna.

Diante disso, o Estado de Mato Grosso requereu à justiça a concessão da tutela de urgência para que fosse determinado, liminarmente, a imissão na posse da área, bem como o registro à margem da matrícula da referida desapropriação.

Ao julgar procedente o pedido do estado, o juiz entendeu que neste caso restou comprovada a quitação integral do preço avençado pela terra, o que tornou legítima a respectiva aquisição, bem como que o processo cumpriu todos os requisitos necessários para a adjudicação.

“Assim, sendo incontroversa a quitação integral do preço da área desapropriada, bem como demonstrada a recusa ou a ausência do vendedor para a outorga da escritura de compra e venda, mostra-se cristalino o direito do requerente em obter sentença favorável”, proferiu o magistrado.

Fraude na desapropriação 

O  ex-governador  Silval da Cunha Barbosa foi intimado a prestar depoimento para esclarecer fatos referentes à suposta fraude na desapropriação do Bairro Jardim Renascer, em Cuiabá. 

Um relatório entregue de forma anônima ao Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção apontou que Silval Barbosa pagou irregularmente R$ 13 milhões pela desapropriação.

A suposta irregularidade contou, segundo relatório, com a autorização da Procuradoria do Estado, efetivando o pagamento. A diferença entre o valor pedido e o pagamento concretizado pode caracterizar um ato de corrupção.

 
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