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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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Grupo Mafini

Justiça autoriza recuperação de produtores responsáveis por shopping que acumulam passivo de R$ 196 milhões

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Justiça autoriza recuperação de produtores responsáveis por shopping que acumulam passivo de R$ 196 milhões
A 4ª Vara Civil de Sinop autorizou o processamento da recuperação judicial do Grupo Mafini, formado pelos produtores rurais Aquiles Mafini e Silvana Margarete Mafini, além das empresas Mafini Incorporadora de Imóveis e Agromil Transportes. Dívidas somam R$ 196 milhões. Entre os "infortúnios" apresentados para justificar a crise está um suposto golpe.


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A informação sobre o processamento da recuperação judicial foi divulgada pelo site Canal Rural. Em entrevista, o advogado que representou o grupo, Rubem Vandoni, explicou que o principal objetivo da recuperação judicial é manter o emprego das pessoas que prestam serviços para a empresa e garantir que uma atividade continue, gerando renda e até tributos para a região.
 
“Vamos apresentar como pretendemos pagar todos os credores. Esse plano será submetido a uma assembleia de credores, que dirá se concordam com o pagamento. A recuperação judicial é mediada pelo poder judiciário e é muito mais negocial, em um consenso entre a empresa e seus credores”, explicou ao Canal Rural.
 
Conforme os autos, Aquiles chegou ao município de Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, em 1984. Transcorridos vários anos e diversos negócios, no ano de 2000 Aquiles adquiriu um imóvel na cidade de Lucas do Rio Verde.

No ano de 2005 o casal de empreendedores teve a informação da implantação de um polo industrial da Sadia na cidade de Lucas, momento este que desencadeou o início do projeto do loteamento residencial no imóvel adquirido anos antes. No ano de 2012 foi fundada a Mafini Incorporadora de Imóveis.

Em janeiro de 2019 o casal fundou a empresa Agromil Transportes, com o propósito de comprar veículos para atender suas próprias demandas, suprindo as necessidades das fazendas (transportes de grãos, insumos, adubos e maquinários agrícolas).

Conforme os autos, a crise teve início em 2014. Em reunião com o diretor do Banco da Amazônia, houve uma promessa de liberação de R$ 20 milhões para construção de um armazém com capacidade para 36 mil toneladas de grãos.

Com a promessa, o grupo iniciou o projeto da obra utilizando recursos próprios. Contudo, passados dois anos, já em 2016, o banco aprovou através de financiamento apenas R$ 13 milhões, causando um desencaixe financeiro na ordem de R$ 9 milhões, já que o custo final ultrapassou as previsões iniciais em R$ 2 milhões, criando uma defasagem de caixa.

No ano de 2015 o grupo obteve uma proposta para construção de uma galeria comercial pela empresa Conexões Empreendimentos Ltda. Segundo os autos, a empresa aplicou um golpe, no qual vendia os espaços das lojas da galeria e não repassava o percentual cabível ao grupo, além de vender o mesmo espaço para mais de um cliente, causando grande prejuízo e constrangimento à família frente a sociedade. O prejuízo foi estimado em R$ 3 milhões.

Após o golpe, o grupo decidiu dar andamento ao empreendimento sozinho, ampliando o espaço para configurar o primeiro shopping center da cidade. Desde então, tem-se realizado benfeitorias no imóvel de maneira lenta e gradual, conforme as condições financeiras permitem.

No ano de 2020 era prevista a inauguração do Shopping. Contudo, a pandemia de Covid-19 impediu a abertura, retardando o funcionamento e a previsão de receita com os aluguéis das salas comerciais que giram em torno de R$ 350 mil mensais. O pedido de recuperação trauxe ainda dívidas adquiridas no setor imobiliário e no em fazendas atingidas por excesso de chuva.
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