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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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MP PEDE REPARAÇÃO DE R$1,8 MI

Para fugir de indenização, fazendeira e médico que mataram dois em Peixoto querem vender fazenda de 595 ha por R$5 milhões

Foto: Reprodução

Para fugir de indenização, fazendeira e médico que mataram dois em Peixoto querem vender fazenda de 595 ha por R$5 milhões
A fazendeira Inês Gemilaki, autora de quatro homicídio em Peixoto de Azevedo, sendo dois consumados e dois tentados, está tentando se eximir da responsabilidade de reparar os danos causados aos familiares das vítimas fatais, Rui Luiz Bogo, cujo pedido de indenização é de R$700 mil, e Pilson Pereira da Cruz, R$1 milhão. Os filhos de Rui Luiz Bogo, assistentes da acusação, juntaram documentos em que provam a intenção de Inês em vender, com urgência, sua fazenda avaliada em R$ 5 milhões, os gados que lá vivem, e os bens móveis, como carros e caminhonetes.


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Além de o Ministério Público pedir que Inês, o médico e seu filho, Bruno Gemilaki, e Edson Gonçalves sejam condenados pelos homicídios, também há requerimento de pagamento indenizatório aos familiares das vítimas, como forma de reparação aos danos causados.

Após informação de que Inês e Bruno estariam em processo de dilapidação de seus bens, os filhos de Bogo ajuizaram pedido para que a Justiça sequestre o patrimônio dos acusados.

Após ser presa, Inês vendeu mais de 150 cabeças de gado que viviam em sua propriedade, a Fazenda Inês, com 595 hectares, avaliada em R$5 milhões. Ela também pretende negociar sua caminhonete, Ford Ranger e a Hilux de Bruno. Edson ainda estaria em processo de desfazimento de um Peugeot, uma Parati e uma carretinha.

Como há o pedido de indenização feito pelo Ministério Público, o trio começou a dilapidar o próprio patrimônio como forma de fugir de futura execução para o pagamento dos valores pretendidos.

“No caso em análise, a conduta dos acusados de dilapidar seus patrimônios após a denúncia, configura um claro indicativo da necessidade de sequestro de bens para assegurar que, em caso de condenação, haja patrimônio suficiente para a reparação das vítimas. Esta medida visa prevenir que os acusados se desfaçam de seus bens de maneira a frustrar a execução de eventual sentença condenatória que venha a determinar indenizações pecuniárias”, diz trecho do pedido para o sequestro, que ainda não foi julgado pelo juízo da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, onde tramita o processo.

Em recente julgado, o juiz João Zibordi Lara autorizou a apreensão de uma caminhonete Ranger, avaliada em R$ 134 mil, obtida via financiamento pela fazendeira Inês Gemilaki junto à Sicredi, por inadimplência no pagamento das parcelas. Agora, o bem pode ser sequestrado por conta do pedido dos filhos de Bogo.

Inês, Bruno e Edson cometeram os assassinatos em Peixoto de Azevedo, no dia 21 de abril. Na data dos fatos, Inês e seu filho Bruno Gemilaki invadiram casa particular do garimpeiro Erneci Afonso Lavall, alvo da dupla, situada na rua Thiago Magalhães Nunes, nº 1403, bairro Alvorada. “Piloto de fuga”, Edson Gonçalves ficou do lado de fora aguardando a consumação e ajudou na debandada.

Segundo as investigações, Lavall, ou “Polaco”, entrou na mira de mãe e filho por ajuizar uma ação de cobrança contra Inês, que alugou e morou nessa residência, mas deixou dívida de R$ 59 mil e estragou a construção.

Acontecia uma confraternização na casa quando mãe e filho invadiram o local. Em posse de um revólver, Inês disparou e matou Pilson e Rui Luiz, por engano. Ela queria matar Erneci Afonso, que sobreviveu.  O padre José Roberto Domingos também foi atingido pelos disparos, mas não morreu.

O trio se tornou réu por denúncia feita pelo Ministério Público do Estado (MPE) no último dia 3, assinada pelo Promotor de Justiça Alvaro Padilha de Oliveira. Eles continuam presos preventivamente. Pedido de indenização de R$1,8 milhão ainda não foi julgado.
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