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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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MAIS DE 200 PROCESSOS EM MT

Empresa que promete abaixar juros abusivos, "O Facilitador" é alvo do MP por propaganda enganosa e danos aos consumidores

Foto: Reprodução

Empresa que promete abaixar juros abusivos,
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) ajuizou ação civil pública contra a empresa ALTX Assessoria em Negociações LTDA, conhecida como "O Facilitador", acusada de aplicar golpes e fraudes contra consumidores ao prometer reduções de juros em financiamentos de veículos, dívidas de cartões de crédito e outros empréstimos, em vítimas de Cuiabá e Campo Grande. A peça, que tramita na Vara Especializada em Ações Coletivas, foi assinada no dia 1º de julho pelos promotores Wagner Cezar Fachone e Carlos Henrique Richter. Pedido de indenização é de, no mínimo, R$ 200 mil. 


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De acordo com os promotores, a empresa "O Facilitador" divulgava seus serviços em um telejornal da Capital, prometendo reduções significativas nos juros de financiamentos e empréstimos. No entanto, após contratar os serviços e realizar os pagamentos, os consumidores não tinham as promessas cumpridas, resultando em prejuízos financeiros e emocionais.

As primeiras denúncias em Cuiabá surgiram em 21 de julho de 2022. Consumidores relataram que, apesar de pagarem pelos serviços, não obtiveram as reduções prometidas e acabaram com veículos apreendidos por falta de pagamento das parcelas, seguindo orientações da própria empresa para interromper os pagamentos.

Além disso, foi constatado que a empresa é ré em mais de 200 processos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e figura em uma ação civil coletiva movida pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que cita 160 ações judiciais e 200 reclamações no Procon/MS. As multas aplicadas à empresa pelo PROCON do MS somam R$ 785.394,00.

O Procon municipal de Cuiabá confirmou 32 reclamações contra a empresa em 2022. Em resposta, o Ministério Público solicitou informações ao Delegado de Polícia da Defesa do Consumidor (DECON) e recebeu um inquérito policial com diversas vítimas relatando práticas similares de fraude e propaganda enganosa.

A consumidora N.C.S.C. é um dos exemplos citados na ação. Ela pagou R$ 27 mil pela promessa de redução de juros em seu financiamento de automóvel, mas acabou com o veículo apreendido por inadimplência induzida pela orientação da empresa.

Outro caso destacado é o de Lucimeire Ribeiro de Moraes Silva, que assinou contrato para a redução de uma dívida de R$ 54.367,92 e pagou R$ 12.700,00 à empresa. Após descobrir que a empresa teve valores bloqueados em outra ação judicial por não cumprir promessas semelhantes, seu pedido de rescisão de contrato foi negado.

A Promotoria também identificou um padrão de atuação da empresa, que incluía orientar verbalmente os consumidores a interromperem os pagamentos dos financiamentos, aguardando o ajuizamento de ações de busca e apreensão para iniciar tratativas de renegociação que nunca ocorriam de forma extrajudicial.
 
Dada a gravidade dos casos e o número significativo de reclamações, o Ministério Público decidiu não oferecer ajustamentos ou acordos de não persecução, entendendo que a empresa se aproveitava da falta de conhecimento dos consumidores para vender promessas vazias. A ação requer a restituição dos valores pagos pelos consumidores, indenizações por danos morais e patrimoniais, e a condenação da empresa ao pagamento das custas processuais. O valor atribuído à causa, relacionado aos prejuízos causados, é de R$ 200 mil.

A ação civil pública, assinada pelos promotores de justiça Wagner Cezar Fachone e Carlos Henrique Richter, busca responsabilizar a ALTX Assessoria em Negociações LTDA e garantir que os consumidores lesados sejam devidamente compensados pelos prejuízos sofridos.
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