O Ministério Público Federal (MPF) vai colaborar com a discussão sobre os impactos dos agrotóxicos e a busca de alternativas para minimizar as consequências da sua utilização durante a terceira reunião do Fórum Mato-grossense sobre o assunto que será realizado no dia 27 de fevereiro, em Cuiabá. Também participarão do evento a Associação Mato-grossense de Engenheiros Agrônomos, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade de Cuiabá (Unic), Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), Ordem dos Advogados do Brasil e sindicatos patronais e laborais, e do Ministério Público Estadual.

No mês passado, o MPF recomendou ao Instituto de Defesa Agropecuária(INDEA) que não autorizasse a importação e utilização dos agrotóxicos que possuam em sua composição o ingrediente Benzoato de Emamectina. Muito usado para combater a lagarta helicoverpa armigera nas lavouras de soja, milho e algodão, a substância é extremamente tóxica ao organismo do ser humano e, segundo estudos estrangeiros, podem ser a causa do aparecimento de malformações em fetos humanos.

Segundo o procurador do Trabalho Leomar Daroncho, coordenador do Fórum, a confirmação da participação das novas entidades é muito importante porque "o desafio é enorme, e é necessário unir forças e articular a atuação dos segmentos e instituições que estão aparelhados para o propósito de fazer valer os dispositivos constitucionais de respeito ao meio ambiente, em todas as suas vertentes. Assim, o MPE e o MPF são muito bem-vindos!"

Em articulação desde novembro do ano passado, o grupo pretende propor alternativas para o enfrentamento dos efeitos do uso descontrolado de agrotóxicos em Mato Grosso. O Estado é o maior consumidor brasileiro de agroquímicos (fertilizantes químicos e agrotóxicos) utilizados principalmente no plantio de grãos. Somente em 2010, foram produzidos 6,4 milhões de hectares de soja e consumidos 113 milhões de litros de agrotóxicos.