Em ato realizado na terça-feira (29) a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT) entregou certidões de carteiras profissionais para dezenas de novos advogados e estagiários. O evento iniciou às 13h30, no auditório da Seccional, com palestras destinadas somente os compromissandos.
Familiares e convidados compareceram para acompanhar a solenidade a partir das 16h30. A importância da advocacia e a emoção dos primeiros passos na profissão foram abordadas na solenidade de entrega de certidões a 69 novos advogados e 132 estagiários, coordenada pelo presidente da OAB/MT, Maurício Aude.
A desembargadora Serly Marcondes, convidada a falar, ressaltou que tem “o DNA da advocacia e sempre busquei honrar de onde vim. Não existe liberdade e democracia se não fosse o advogado e o início dessa carreira está no recebimento da carteira de estagiário. Esta é uma linda carreira – defender os direitos das pessoas. Para mim, é a segunda depois do professor. Sabemos que há muitas dificuldades na Justiça, mas estamos tentando melhorar. E vocês têm a possibilidade de fazer a diferença”.
Confira a entrevista do
Olhar Jurídico com Ana Angélica Costa e Dionara Buzzato, que comemoram o Dia do Trabalhador com o ofício de advogadas.
Olhar Jurídico: Qual a sua motivação para ingressar na carreira do Direito, após ter sido profissional da educação por mais de 20 anos?
Ana Angélica Costa: Fui professora de português por 25 anos, não por opção, mas porque essa era uma forma mais adequada, para o momento, para satisfazer as minhas necessidades financeiras imediatas. Entretanto, meu sonho desde criança, sempre foi o de ser advogada, e, somente agora, já às portas de completar sessenta anos de idade, consegui.
Olhar Jurídico: Além da formação profissional, o curso de Direito acrescentou em qual aspecto de sua vida?
Dionara Buzzato: Achei que o curso de Direito me deu conhecimentos que me fizeram crescer como pessoa e como cidadã, com condições para melhorar não só a minha vida, mas também a vida de outras pessoas, em diversos aspectos,mas principalmente este curso ampliou meu olhar crítico e de esperança sobre o mundo em que vivemos, pois capacito-me a ver sempre os dois lados da História presente e passada para tentar melhorar nosso futuro.
Olhar Jurídico: Agora, já formada e habilitada para atuar, qual a sua avaliação sobre o curso de Direito?
Ana Angélica Costa: O curso de direito deixou a desejar em vários aspectos, entretanto, tive muitos professores maravilhosos que me fizeram entender que o conhecimento de fato, é você quem deve buscar nos códigos, nas doutrinas e nas práticas jurídicas, a faculdade oferece apenas, uma base. Mas posso afirmar que hoje, através dos conhecimentos que adquiri no curso agora, sou uma pessoa muito melhor, e entendo o que posso fazer e como fazer para ajudar ao meu próximo.
Olhar Jurídico: Para conseguir aprovação no Exame de Ordem muitos recorrem aos cursinhos, esse foi o seu caso? Acha que a faculdade te preparou para o exame?
Dionara Buzzato: Passar no exame de ordem, sem ter feito cursinho extra sala para primeira fase foi um susto e uma gratificação, para segunda fase eu tinha provas de faculdade família e resolvi fazer cursinho on-line, assistia somente à tarde, pois pela manhã e algumas noites eu tinha aulas na faculdade e quando não as tinha e aos finais de semana precisava ser mãe e esposa também, embora negligenciei um pouco (meus três homens rsrsrs) para estudar, mas passei no primeiro exame de ordem que fiz e isto para mim foi uma grande graça de DEUS.
Olhar Jurídico: Qual a sua dica para os que irão fazer os próximos exames da Ordem?
Ana Angélica Costa: Hoje entendo que não adianta culpar as provas da OAB. Ela é de suma importância para selecionar quem está pronto para exercer a profissão. Quanto a passar na prova, o que posso afirmar é que, só estudando muito, a gente consegue. Esqueça os macetes, as dicas vagas, estude esse é o caminho. Passei na prova da OAB sem fazer nenhum cursinho, somente levantando às três horas da manhã para estudar, fazendo e refazendo as peças processuais várias vezes, até deixá-la muito perto da perfeição. Outras dicas importantes são: fazer as peças escrevendo à mão, nada de computador, pois lá na prova, você não vai poder usá-lo. Conheça os códigos e as leis esparsas profundamente, busque o tema solicitado para a peça no índice geral ou remissivo do código e vá fundo, não se esqueçam de ler todas as súmulas antes da prova, elas são importantíssimas.
Olhar Jurídico: Qual a mensagem final que gostariam de deixar para os colegas que estão na busca pelo tão sonhado diploma em Direto.
Ana Angélica Costa: Ontem recebi o meu número da OAB, senti-me muito bem. Estavam ao meu lado minha filha, minha neta, meu genro e minha nobre colega Dionara, que também recebeu seu número, isso foi muito gratificante. Pena que meu filho está distante e não pode vir, e, meus pais, já não estão mais aqui para comemorarem comigo esta vitória. Aqui fora, já comecei a sentir o drama, dá frio no estômago só de pensar que terei de fazer várias audiências, sozinha. Mas essa é a vida, vamos procurar fazer o melhor ser aquela advogada que eu sempre quis ser.
Dionara Buzzato: Digo que todo o esforço e sacrifício foi recompensado ontem (29/04/2014) ao receber a inscrição na OAB, depois de quase um ano e meio eu decidi que estava na hora de dar minha contribuição direta para melhorar nossa história e juntar meus estudos para concursos com a prática jurídica do dia a dia.
