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Sábado, 03 de agosto de 2024

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Ministra Cristina Peduzzi faz balanço de seu mandato no CNJ

Nesta terça-feira (12), o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho elege seus novos representantes para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nas vagas de juiz e desembargador. Para integrar o CNJ no biênio 2015/2016 na vaga de ministro, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovou por unanimidade, em 8/4, a indicação do ministro Lelio Bentes Corrêa. Após aprovação pelo Plenário do Senado, Bentes irá substituir a ministra Maria Cristina Peduzzi, que integrou o Conselho de 2013 a 2015 e presidiu a Comissão de Planejamento Estratégico, Orçamento e Estatística. Na entrevista abaixo, Cristina Peduzzi fala da sua passagem pelo CNJ.



Como a senhora avalia esse período de dois anos que passou como conselheira do CNJ, representando o TST?

Cristina Peduzzi – Passou muito rápido, em primeiro lugar. Em segundo lugar, considero que foi enriquecedor para minha vida profissional. Busquei, como sempre faço, dar o melhor da minha experiência, do meu conhecimento, para a atividade que lá exerci como conselheira. Pude aprender sobre o Poder Judiciário nacional em todos os seus segmentos, ter uma visão não da Justiça do Trabalho apenas, mas uma visão global do sistema de justiça. Tive também a oportunidade de integrar e presidir uma comissão que considero vital do CNJ, a do Planejamento Estratégico, Orçamento e Estatística. Com isso, consegui aprender e compreender os números do Poder Judiciário e, sobretudo, a importância da gestão e do planejamento. Volto realmente enriquecida. Espero contribuir aqui, no meu cargo efetivo, com os conhecimentos que adquiri nesse tempo que atuei como conselheira do CNJ, e que considero como o ponto alto da minha vida profissional.

Logo no início do seu mandato, a senhora coordenou o primeiro Censo Nacional do Poder Judiciário, que reuniu informações de mais de 270 mil servidores. Como foi esse trabalho?

Cristina Peduzzi – Dentre os tantos trabalhos relevantes que o CNJ realiza, este foi muito importante. Foi o censo dos servidores e dos magistrados, com o objetivo de identificar quem somos, quantos somos, quais as nossas origens, nossa formação, nossas aptidões. Foi um autoconhecimento que possibilitou ao Poder Judiciário, por meio dessa coleta de dados dos seus integrantes, formar a sua imagem.

Foi durante a sua passagem pelo CNJ que o conselho alcançou o maior número de mulheres em sua composição, cinco dos 15 conselheiros, o que representa 1/3 dos integrantes. O que isso representa?

Cristina Peduzzi – O fato de sermos cinco conselheiras no contexto histórico da existência do CNJ foi muito importante. Não porque a mulher tem um modo diferente de julgar ou de trabalhar, mas porque as mulheres são metade da população nacional. Então, é natural que tenhamos o espaço também nos mais diversos segmentos. Não só do poder judiciário, mas em todas as áreas de atuação, não só na política, mas na iniciativa privada também. É importante que a mulher ocupe espaços de destaque, de comando, porque ela representa 50% da população nacional. Estes passos evolutivos que damos, na estatística numérica, são importantes porque revelam que este reconhecimento está ocorrendo. E creio que a tendência é aumentar para que pelo menos 50% dos postos de decisão sejam ocupados por mulheres.

Houve algum caso de destaque sobre o qual a senhora precisou se debruçar com mais atenção?

Cristina Peduzzi – O CNJ tem braços longos. Atuando na Comissão de Estatística, Orçamento e Gestão Estratégica pude participar da organização dos dois encontros nacionais do Poder Judiciário e atuar no estudo do Poder Judiciário, identificando dificuldades e os pontos nos quais podemos melhorar para promover efetivamente os princípios constitucionais da justiça, e, em sequência, estabelecer o planejamento estratégico para os anos subsequentes, identificando, por meio dos números, as dificuldades e, muitas vezes, contribuindo para superá-las com a elaboração de uma gestão mais eficiente e, sobretudo, com um planejamento a médio e longo prazos.

Que lembranças a senhora irá guardar desta atuação?

Cristina Peduzzi – Uma perene lembrança de felicidade, porque me enriqueci profissionalmente; de um excelente convívio com conselheiros, com a Presidência, com os colegas, com os servidores, que é um corpo de servidores excelente. Eles são muito engajados, todos muito preocupados em que o órgão, que ainda é novo (tem dez anos), se imponha efetivamente como operador e executor destas atribuições tão importantes que a Constituição lhe destinou quando criou o Conselho Nacional de Justiça.

Quem assume agora é o ministro Lelio Bentes. Alguma dica para ele?

Cristina Peduzzi – O ministro Lelio Bentes é um magistrado exemplar, e tem cultura e experiência. Certamente, ele abrilhantará o CNJ. O que eu posso dizer a ele é que desejo muitas felicidades. Ele não precisa de dicas. Desejo que ele seja lá tão feliz quanto eu fui.
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