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Segunda-feira, 19 de agosto de 2024

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CNJ aponta transferência de advogado a sobrinha de desembargador e 'contrato muito bom' com filho

Foto: Reprodução

CNJ aponta transferência de advogado a sobrinha de desembargador e 'contrato muito bom' com filho
Decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinou afastamento do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Sebastião de Moraes, aponta possível pagamento à sobrinha do magistrado, além de contrato com uma empresa do filho de Sebastião.  


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As transações em benefício da família do jurista teriam partido do advogado Roberto Zampieri. Sebastião foi afastado por suspeita de venda de decisões, em decisão do dia 1º de agosto.
 
Sobrinha
 
Conforme decisão do CNJ, em 20 de setembro de 2023, o advogado Roberto Zampieri informa a Sebastião, por mensagem, que o “pagto da sobrinha foi feito”. Em seguida, junta comprovante de transferência bancária no valor de R$ 10 mil em benefício de D.C.P. e pede adiamento de um recurso.
 
Filho
 
Ainda segundo o CNJ, em mensagem do dia 27 de setembro de 2023, o advogado Roberto Zampieri “praticamente determina” que o desembargador Sebastião de Moraes receba um funcionário aparentemente sem nenhuma agenda prévia.
 
Dias depois, o desembargador Sebastião repassa, espontaneamente, informações sobre processo em curso, ocasião em que o advogado, mais uma vez, conforme o CNJ, tenta persuadir o magistrado a entender seus interesses.
 
No dia seguinte, o advogado Roberto Zampieri informa ao desembargador Sebastião que havia um conseguido um “contrato muito bom” para “o Mauro”.  
 
Ao que tudo indica, conforme o CNJ, o referido “Mauro” se trata do advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, que é filho do desembargador. “Tal relação, mais uma vez, sugere que havia troca de benefícios entre o advogado Roberto Zampieri e o desembargador e sua família”.

Afastamento

Decisão da Corregedoria que afastou Sebastião de Moraes está relacionada à investigação dos vínculos mantidos entre o desembargador com o advogado Roberto Zampieri, vítima de homicídio aos 59 anos de idade, em dezembro do ano passado, em frente ao seu escritório, em Cuiabá.
 
A investigação da morte do advogado tramita na 12ª Vara Criminal de Cuiabá e, segundo o Ministério Público do MT, pode ter relação com decisões proferidas pela Justiça de Mato Grosso. Além de Sebastião, o desembargador João Ferreira filho também foi afastado.
 
Há indícios de que os magistrados mantinham amizade íntima com o falecido advogado Roberto Zampieri – o que os tornaria suspeitos para decidir processos patrocinados por ele – e recebiam vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor para julgarem recursos de acordo com os interesses de Zampieri.
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