O ex-governador de Mato Grosso Silval da Cunha Barbosa foi dispensado de prestar depoimento, como testemunha de defesa, de um dos réus do crime conhecido como “Chacina de Matupá”. O político argumentou que seu deslocamento geraria gastos excessivos ao erário.
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Mesmo com a dispensa de Silval, o júri popular está marcado para o dia 18 de abril e ocorrerá na comarca do município. Antes de ser dispensado, os advogados propuseram depoimento por carta precatória. A proposta, porém, foi negada pelo magistrado Fabio Petengill, em decisão do dia 6 de abril.
Conforme os autos, Silval foi arrolado pela defesa de Mario Nicolau Schorr. O ex-governador, porém, está preso preventivamente, em conseqüência de investigações por corrupção, desde o dia 17 de setembro de 2015.
A Chacina
Pela chacina, conforme os autos, 18 homens, civis e policiais militares, foram acusados de participação nas mortes de Ivacir Garcia dos Santos, 31, Arci Garcia dos Santos, 28, e Osvaldo José Bachinan, 32, em novembro de 1990.
Os três foram espancados e queimados vivos em praça pública, após uma tentativa de assalto, em que invadiram uma residência e mantiveram mulheres e crianças reféns por mais de 15 horas.
Na ocasião, a Polícia Militar foi acionada e os assaltantes se renderam. No entanto, eles foram capturados pelos populares e mortos.
A ação foi registrada por um cinegrafista e as imagens repercutiram em todo o mundo. Em outubro de 2011, em razão do grande número de réus, o juiz titular da comarca determinou o desmembramento do processo e marcou quatro sessões para a realização do júri popular.
No memento do júri, Mario Nicolau Schorr foi condenado a quatro anos e oito meses de reclusão, em regime semi-aberto. Porém, após recurso no Tribunal de Justiça, o julgamento foi anulado. Assim, um novo exame sobre o caso ocorrerá no próximo dia 18.
Silval vivia em Matupá quando a chacina ocorreu.