Acusado em consequência da Operação Rêmora, Giovane Belloto Guizard, preso por portar um revólver Magnum calibre 22 de uso restrito das Forças Armadas, além de um revólver calibre 38 e uma pistola 380, obteve liberdade após audiência de custódia realizada na última quarta-feira (04).
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Guizardi, porém, permanecerá recluso por força da prisão preventiva decretada em seu desfavor. Ele é acusado de ser o coordenador e arrecadador de propinas em esquema que teria fraudado 23 licitações da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), cujas obras estão orçadas em R$ 56 milhões.
O ex-deputado estadual e ex-governador de Mato Grosso, Moisés Feltrin e o empresário Joel de Barros Fagundes Filho, partes acusadas na Rêmora, também foram presos por porte ilegal de arma. Assim como Guizardi, ambos foram liberados após pagamento de fiança.
A operação
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), integrado por promotores de Justiça, delegados de polícia, policiais militares e civis, deflagrou na última terça-feira (03) a Operação Rêmora, a fim de desmantelar uma organização criminosa que atuava em licitações e contratos administrativos de obras públicas de construção e reforma de escolas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT).
A organização criminosa, conforme o Gaeco, é composta por três núcleos: de agentes públicos, de operações e de empresários. O núcleo de operações, após receber informações privilegiadas das licitações públicas para construções e reformas de escolas públicas estaduais, organizou reuniões para prejudicar a livre concorrência das licitações, distribuindo as respectivas obras para 23 empresas, que integram o núcleo de empresários.
Por sua vez, o núcleo dos agentes públicos era responsável por repassar as informações privilegiadas das obras que iriam ocorrer e também garantir que as fraudes nos processos licitatórios fossem exitosas, além de terem acesso e controlar os recebimentos dos empreiteiros para garantir o pagamento da propina.
Já o núcleo de empresários, que se originou da evolução de um cartel formado pelas empresas do ramo da construção civil, se caracterizava pela organização e coesão de seus membros, que realmente logravam, com isso, evitar integralmente a competição entre as empresas, de forma que todas pudessem ser beneficiadas pelo acordo.