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OPERAÇÃO SODOMA

Sílvio César obedecia "cegamente" a Silval em ordens "tanto lícitas quanto ilícitas", diz Zílio em delação

29 Mai 2016 - 11:25

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Sílvio César obedecia
O ex-secretário de Estado de Administração (SAD), Cézar Zílio, disse em sua delação premiada realizada com o Ministério Público Estadual (MPE), que Silvio Sílvio Cezar Corrêa Araújo era a pessoa que “cumpria cegamente” todas as ordens “tanto lícitas quanto ilícitas” de Silval Barbosa. Ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval, Sílvio César está preso e aguarda decisão de um HC no Supremo Tribunal Federal (STF). O delator, César Zílio, teve seu nome apontado na segunda fase das investigações da “Operação Sodoma”, acusado de participação em um esquema de lavagem de dinheiro avaliado em de R$ 13 milhões.


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Em delação realizada ao Ministério Público Estadual (MPE) no dia 21 de março, o ex-secretário afirma Sílvio César Correa Araújo cumpria as ordens de Silval “sem hesitação (e) sem qualquer questionamento”, consta da delação. E que não se limitava ao serviço público, obedecia também a ordens “ilícitas”.

No mesmo trecho, acrescenta que Silval Barbosa pensou em substituir a empresa Consignum por outra que rendesse maior quantidade de propinas. César Zílio afirma que percebeu então que Sílvio César estava pressionando a empresa, à mando de Silval, para que aumentasse o valor do contrato, aumentando assim o valor da propina.

Além de Sílvio César, César Zílio diz que José de Jesus Nunes Cordeiro também era “homem forte” de Silval. Ficando à cargo de direcionar as licitações para que as empresas indicadas pelo então governador vencessem.

Silvio foi detido pela primeira vez no âmbito da Operação Ouro de Tolo em que é acusado de compactuar com Roseli Barbosa, ex-primeira-dama , acusada de desviar R$ 8 milhões da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas).

O ex-chefe de gabinete de Silval também é réu no processo decorrente da primeira fase da Operação Sodoma. Ele é acusado de ter recebido um valor estimado em R$ 25 mil no esquema supostamente liderado por Silval.

A Operação Sodoma 3, em que Silvio Corrêa sofreu a terceira e mais recente prisão preventiva decretada, foi desencadeada após depoimento prestado por Willians Paulo Mischur, dono da empresa Consignum. Mischur afirmou que foi obrigado a pagar pelo menos R$ 500 mil por mês para garantir a manutenção do seu contrato de incentivos fiscais junto ao governo do estado.

No trecho do mandato de prisão preventiva emitido pela juíza Selma Rosane de Arruda da 7ª Vara Criminal de Cuiabá após o desencadeamento da Operação Sodoma 3, a magistrada cita Silvio Corrêa como “figura recorrente” em ações penais que envolvem o ex-governador Silval Barbosa.

“Quanto a Silvio Sílvio Cezar Corrêa Araújo, pessoa cuja figura é recorrente em ações es penais que envolvem Silval da Cunha Barbosa e versam sobre recebimentos ilícitos, vê-se que, novamente teve também participação importante nos fatos em apuração. Com efeito, Willians Paulo Mischur narra que Silvio tentou coagi-lo, dizendo que o Estado cancelaria o contrato com sua empresa e que havia uma concorrente disposta a aumentar o valor da propina”, afirmou a juíza.
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