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SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL

Desembargador se declara suspeito de receber recursos da Sodoma e julgamentos são suspensos

15 Jun 2016 - 15:17

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Julgamentos estão sendo realizados na Segunda Câmara Criminal

Julgamentos estão sendo realizados na Segunda Câmara Criminal

O desembargador da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Rondon Bassil Dower Filho, declarou-se suspeito para julgar recursos que envolvem a “Operação Sodoma”. A declaração oficial foi feita durante sessão de julgamento, que está sendo realizada na tarde desta quarta-feira (15). O desembargador Luiz Carlos da Costa foi nomeado em "regime de urgência" para julgar os recursos, mas a defesa contestou e a Segunda Criminal decidiu suspender.


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O desembargador manifestou nesta tarde que não se sentia confortável em compor vogal que decidiria os recursos da Sodoma, dentre eles, a exceção de suspeição, protocolizada por Silval Barbosa e os habeas corpus (HC) dos ex-secretários de Estado, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi.

Rondon Bassil Dower Filho explica que pediu suspeição por conta da decisão proferida seu colega, o desembargador Alberto Ferreira de Souza, que declarou o impedimento de seu filho, Leonardo Moro Bassil, de advogar nas ações derivadas da operação. Alberto de Souza ainda enviou o caso para o Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT).

Manifestação da Defesa:

Nunca vi alguém ser trazido quase que ao acaso pois estava passando pelo corredor”, disparou o advogado de Marcel de Cursi, Roberto Tardelli. “Suplico”, reforçou, pois “isso me afronta, isso afronta o meu cliente”.  “É preciso um mínimo de critério”, contestou o advogado quanto à escolha do segundo vogal.

“Em 31 anos (de carreira) eu nunca vi isso, é constrangedor. Se a audiência prosseguir, prosseguirá sem a presença deste defensor”, que ameaçou tomar providências. “Caso se prossiga, nós teremos a obrigação cidadã [...] de argüir o pedido de suspeição do senhor enquanto presidente desta Sessão”, manifestou Tardelli ao desembargador Alberto Ferreira de Souza.

“Existe um homem preso (Cursi), tratado que nem porco lá dentro (do Centro de Custódia da Capital), que não pode ter do defensor um gesto de covardia ou de omissão”.

Explicações do desembargador:

Questionado pelo desembargador Alberto de Souza, Dower Filho explicou que, de fato, os advogados dos réus da Sodoma sabiam antecipadamente que a suspeição seria pedida na tarde de hoje (15), por conta de, explica ele, ter recebido os advogados de Silval Barbosa, Valber Melo e Ulisses Rabaneda, na noite de ontem (14), em seu gabinete. Na ocasião, comentou que sentia-se "desconfortável" por conta de seu filho, enviando, portanto, um oficio à presidecia avisando do pedido.

Operação Sodoma:

Os fatos levantados pela Operação apontam que Silval Barbosa, no posto de líder de uma organização criminosa, moldou o Poder Executivo para que agentes públicos praticassem crimes de concussão, fraude a licitação, corrupção passiva, fraude processual, lavagem de dinheiro e extorsão.

Além do ex-governador, foram denunciados pela Sodoma: o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.
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