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Segunda-feira, 29 de julho de 2024

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OPERAÇÃO SEVEN

Intermat sequer tinha dinheiro para comprar café mas pagou R$ 7 milhões ilegalmente, diz delator

13 Jul 2016 - 17:00

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Afonso Dalberto

Afonso Dalberto

O Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) “sequer tinha dinheiro para comprar café”, é o que revela o ex-presidente do órgão, Afonso Dalberto, em delação premiada já homologada firmada junto ao Ministério Público Estadual (MPE) em 02 de fevereiro deste ano. A frase, segundo o próprio réu, teria sido proferida quando em uma reunião com o ex-governador Silval Barbosa, o ex-secretário de Estado, Pedro Jamil Nadaf e com o procurador aposentado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (vulgo “Chico Lima”).


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Em acordo de delação, ex-presidente do Intermat se compromete a devolver cerca de R$ 1,5 mi

O delator é réu pela “Operação Seven”, que revela um desvio de R$ 7 milhões das contas do Intermat no fim de 2014, por meio de uma aquisição fraudulenta de terras.

Narra Afonso Dalberto que era insistentemente cobrado pela suposta organização criminosa para que realizasse o pagamento dos 721 hectares de terra seriam acrescidas ao Parque Estadual Águas de Cuiabá. Entretanto, diz que recusava executar a avaliação por “falta de dados técnicos para se realizar a avaliação do imóvel”. Posteriormente, Dalberto teria descoberto que a avaliação fora realizada pela Secretaria de Administração do Estado.

Em novembro de 2014, Dalberto teria sido “chamado” para ir à Casa Civil, onde se encontrou com Nadaf, “Chico Lima” e Silval Barbosa. Eles manifestaram que estavam “devolvendo o processo” e que era para o pagamento no valor de R$ 7 milhões ser realizado.

Ironizando o valor, Dalberto teria afirmado que a Intermat não possuía “sequer dinheiro para comprar café”. Foi então que Silval e Nadaf teriam puxado a responsabilidade para eles, dizendo: “pode deixar que isso nós vamos resolver”. Chamando, em seguida, o então Secretário de Planejamento, Arnaldo Alves, “pedindo que disponibilizasse a importância de R$ 7 milhões para o Intermat”. Só então Dalberto teria determinado o pagamento.

Delação:

Como parte do termo de delação, Afonso Dalberto se comprometeu a devolver cerca de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos. Deste montante, R$ 1,14 milhão se refere a quantia recebida indevidamente enquanto exerceu a função pública. O acordo já se encontra homologado pela juíza Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá.

Operação Seven:

Afonso Dalberto foi preso em 1º de fevereiro, juntamente com o ex-governador do Estado, Silval Barbosa; o ex-secretário chefe da Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf; e o ex-coronel José de Jesus Nunes Cordeiro por conta da “Operação Seven”, realizada pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A investigação apura desvio de dinheiro público por meio da compra fraudulenta de uma propriedade rural na região do Manso.
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