Serão ouvidos a partir das 13h30 desta segunda-feira, na Sétima Vara Criminal do Fórum da Capital, os delegados do órgão Especializado em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), Lindomar Aparecido Tófoli, Alexandra Mensch Fachone e Márcio Moreno Vera. Eles são responsáveis pela condução das investigações da “Operação Sodoma” e a elaboração do inquérito que denuncia o esquema de fraudes, cobrança de propinas e lavagem de dinheiro.
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Para o advogado Bruno Ferreira Alegria, o intúito de arrolá-los como testemunhas demonstra a vontade da defesa de Rodrigo Barbosa em alcançar a verdade real dos fatos. Entendendo como foi desenvolvido o trabalho de investigação da Sodoma. As explicações apresentadas hoje poderão demonstrar "determinados pontos" que foram "omitidos" quando da elaboração do inquérito. O objetivo também, segue o advogado, é desfazer algumas "manifestações abstratas" feitas pelos delegados quando deflagraram as operações. Ele aponta, por exemplo, quando vincularam seu cliente à pagamentos de propina feitos por empresários. O que não foi indicado no inquérito, posteriormente.
O delegado Lindomar Tófoli foi arrolado pelo ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães e também pela defesa de Rodrigo Barbosa, réu, médico e filho do ex-governador do Estado, Silval da Cunha Barbosa. Já Alexandra Fachone foi chamada exclusivamente por Rodrigo Barbosa.
Ambos deverão ter muito a testemunhar nesta ação penal, embora muito pouco em defesa dos réus. Os dois delegados atuaram nas investigações das duas fases da “Sodoma”.
Lindomar Tófoli, especificamente, informou, no estouro da “Operação Sodoma 2”, que Rodrigo Barbosa teria recebido em espécie cerca de R$ 433 mil do empresário Julio Minoru Tisuji, proprietário da empresa Webtech Software e Serviços LTDA EPP. A informação foi revelada a polícia durante o depoimento de delação do ex-secretário de Administração, Pedro Elias.
Foi Lindomar Tofoli o delegado titular da investigação da “Sodoma”. Ele quem informou que Rodrigo é investigado por envolvimento em crime de corrupção e ligação com a organização criminosa chefiada por seu pai, Silval Barbosa.
Todas as fases desta investigação contaram com a atuação da delegada Alexandra Fachone. Também foi ela a responsável, em 2015, por cumprir cinco mandados de busca e apreensão no auto das investigações que apuram crimes de corrupção cometidos por servidores do Instituto de Terra de Mato Grosso (Intermat). A ação faz parte da operação "Karcharias".
Márcio Moreno Vera, por sua vez, também atuou nas investigações da "Sodoma". Ele é responsável, ao longo dos anos, por diversas ações de investigações e prisões por tráfico de drogas no interior do Estado. Diversas delas noticiadas por Olhar Direto.
As oitivas serão conduzidas pela juíza Selma Rosane Arruda.
Entenda o Caso:
Na fase 2 da “Operação Sodoma”, deflagrada no dia 11 de março de 2016, foi descoberta a lavagem de R$ 13 milhões na aquisição de um terreno na Avenida Beira Rio, próxima a casa de shows Musiva, que teria sido quitado com cheques provenientes de propina pagas por empresas (beneficiados com incentivos fiscais) ao Poder Executivo.
A compra foi feita, segundo o Ministério Público Estadual, pelo ex-secretário de Administração César Zilio, que teria usado o pai falecido e um arquiteto como “laranjas” na transação.
Foram denunciados pela Sodoma: O ex-governador, Silva da Cunha Barbosa; o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.
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