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Terça-feira, 25 de junho de 2024

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SODOMA 2

Ex-secretário lucrou R$ 8,8 milhões com esquema de propinas na gestão Silval

26 Ago 2016 - 13:41

Da Redação - Lázaro Thor Borges / Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia

Imagem da audiência da tarde desta sexta-feira (25)

Imagem da audiência da tarde desta sexta-feira (25)

Os ex-secretários Pedro Elias e César Zílio serão ouvidos no Fórum da Capital, na tarde desta sexta-feira (26), pela juíza Selma Rosane Arruda em ação penal decorrente da Operação Sodoma 2, que investiga crime de lavagem de dinheiro. De acordo com o promotora Ana Cristina Bardusco, a ocasião será marcada pela confirmação de tudo o que o Ministério Público Estadual (MPE) vem apresentando como provas.


Leia mais:
Acusados de lavagem de dinheiro, ex-secretários são ouvidos sobre esquema de R$ 13 milhões

Deflagrada em 11 de março deste ano, a operação apura um esquema de lavagem de dinheiro. A Polícia Civil constatou que cheques empregados no esquema de extorsão com a venda de incentivos fiscais (revelado na “Sodoma 1”) foram utilizados para aquisição de um imóvel localizado na Avenida Beira Rio, bairro Grande Terceiro, em Cuiabá, avaliado em R$ 13 milhões.

Acompanhe:

21h13:
Deliberações julgadas, audiência encerrada.

20h56:
A magistrada acolhe parcialmente as manifestações. Solicita assim informações se há autos complementares referentes a objetos desta ação penal. Para que a defesa possa se defender amplamente, havendo paridade de armas. A policia deverá informar sobre à que altura anda a investigação sobre o arrombamento de Pedro Elias e outras informações sobre quebras de sigilo bancário realizadas para a Sodoma 2.

20h38:
A defesa solicita neste momento que se suspendam todos os interrogatórios enquanto todo material probatório colhido pela Defaz não for incluído à esta ação penal e que, colhidas e avaliadas, se adite a denuncia, sob pena de haver uma seqüência infinita de Sodomas. Decorrentes dos mesmos objetos e dos mesmos contextos fáticos.

20h24: Interrogado encerrado.

20h20: A defesa de Silval cita que Zilio disse não ter sido possível vazar sua delação por conta de estar preso, e por isso questiona que dia ele foi solto. Zilio diz que no dia 23 de Março. A matéria, entretanto, saiu ao ar no dia 28.

20h17: "Ninguém carrega dinheiro em mala pensando que tá ganhando salário", diz Zilio quando questionado se José da Costa Marques sabia se tratar de movimentação de dinheiro ilícito. Mas ele não confirma, tampouco nega.

20h10: A defesa de Silval Barbosa, considerando que César Zilio alega ter ido diversas vezes ao banheiro do gabinete para deixar propina, passa a pedir detalhes local. César Zilio não sabe dizer nenhum detalhe sobre o banheiro.

18h45-
César Zílio explica que José da Costa Marques apenas reclamou do envolvimento de seu nome na compra do terreno quando saiu na mídia fatos relativos ao uso de cheques de propina.

18h30-
Zílio confirma que o interesse no terreno era exclusivamente dele. Entretanto, lembra que José da Costa Marques insistia para que Zilio investisse no terreno. O ex-secrtário nega saber que era a figura do corretor Ricardo de Oliveira quem realizava o trâmite da compra.

18h20-
Foi também Zílio quem cuidou da prestação de contas da campanha de Silval. Assim que Silval sagrou-se eleito, foi chamado para SAD. As tratativas de propina foram iniciadas, segundo o depoente, na primeira quinzena de 2011, um mês após ser chamado para atuar no governo.

Porém, neste mês não sabia que cuidaria de propina.

Conforme declarado, somando as propinas recebidas de 3 diferentes fontes, César Zílio lucrou R$ 8,8 milhões, sendo R$ 800 mil do empresário Julio Minori, mais R$ 1 milhão das gráficas ligadas a Walace Guimarães e outros R$ 7 milhões de Willians Mischur, da Consignum.

18h10-
À defesa de Chico Lima, César Zilio explica que seu primeiro cargo foi com Blairo Maggi na secretaria de infraestrutura, em 2003. Ele foi chamado para ser auditor naquela pasta. Fez prestação de contas de todas as campanhas de Blairo Maggi. Ele participava dos comitês financeiros de campanha, que eram liderados por Luiz Antônio Pagot.

18h00-
Zílio se incomoda com perguntas feitas sobre a doação de um carro no valor de R$ 94,8 mil à igreja Assembleia de Deus de Marcelândia. Ele confirma o fato, à contragosto, e diz que em troca recebeu apenas bênçãos e não dinheiro. Sobre sua casa no Florais, diz que ela custou R$ 2 milhões para ser construída.

17h20 - 
À defesa de Rodrigo Barbosa, César Zilio revela que arrancou de Willians Paulo Mischur cerca de R$ 6 a R$ 7 milhões

16h58 -
Intervalo encerrado. Segue agora a fase de perguntas oferecidas pelos advogados.

16h17 - Um diálogo incomum se deu na sala de audiências quando César Zílio afirmou que cabia à Marcel de Cursi dar “carenagem legal” ao esquema. A defesa do ex-secretário pediu pausa e questionou à juíza Selma Arruda se o delator realmente estava dizendo com suas próprias palavras ou ressoando o MPE. A juíza, por sua vez, responde: "Será que o MPE está repetindo o que disse o delator ou o delator que está repetindo o que leu na delação?". A resposta com certa dose de ironia agitou os advogados de defesa.

A reclamação de que a promotora Ana Cristina Bardusco estaria induzindo o delator é recorrente na defesa dos réus. Por conta do caso, o advogado de Chico Lima, João Cunha, desiste de acompanhar a fala. "Sairei daqui, se não sofrerei um acidente vascular sentimental", ironiza.

16h05 - Ao ser questionado se é amigo de Willians Paulo Mischur, César Zílio é taxativo: "Não existem amizades, existem interesses".

16h02 - 
Foi quando a operação estourou que que César Zilio propôs que Willians Mischur bancasse a compra do terreno. Para evitar que o esquema desce "merda" e retirou o nome do arquiteto José da Costa Marques, que temia prejudicar o nome de sua filha, que atuava na empresa.

Ele torna a explicar o caso. O primeiro contrato possuía o nome do arquiteto. A ideia era que seu nome fosse retirado da compra quando terminada a transação. Posteriormente, quando se iniciasse a construção do shopping popular, conforme planejado, seria José da Costa Marques o responsável pela obra.

15h51
- Quando César Zilio e Pedro Nadaf se deram conta que "tinham a vida por água abaixo", Zilio revela: "Nos abraçamos e choramos muito". E conclui: "O cárcere é doído, é difícil pensar lá". A confissão do desespero na po Centro de Custódia da Capital (CCC) foi feita após o delator confessar que, caso ele e Nadaf fossem pegos, diriam que os cheques movimentados no esquema seriam oriundos de compra e venda de gado. Quando a Operação Sodoma 2 obteve alguns dos cheques movimentados, Zilio tramou a falsificação de contratos para dar justificativa aos valores.

15h42 -
Zilio confirma ao MPE que usou dinheiro que recebeu de Nadaf por venda de gado na compra do terreno.  O gado teria custado R$ 1,5 milhão e 90% do valor foi pago em dinheiro.

15h30 -
O ex-secretário detalha que Wallace Guimarães representou cinco gráficas no esquema. O valor de R$1 milhão foi colocado pelo próprio César Zílio em um envelope e entregue à Silval Barbosa. Ao todo, foram R$ 2 milhões em propina. 

15h12 - 
Neste momento, Zilio revela que Pedro Elias recebia apenas 10% da propina, 20% a menos que ele. "Meu compromisso era me manter calado... Me manter calado, inclusive para preservar minha integridade", diz referindo-se ao que teria feito quando deixou o grupo criminoso.

14h58 - Zílio diz que teria saído da SAD para deixar a cadeira à um nome do PMDB, Francisco Faiad. Mas a relação deste com Silval não era boa e o governador não poderia tratar de negócios ilícitos com ele. O que forçou sua saída e possibilitou a entrada de Pedro Elias. Mais tarde, quando Pedro Elias passou a cuidar dos recebimentos ilícitos, Silval Barbosa teria dito a César Zílio: "É melhor você não se meter mais nisso não”.

14h52 - Zilio confirma que certa feita deixou um saco de dinheiro no banheiro do gabinete do governador. "Dentro do banheiro ficava um pequeno guarda roupa e lá ele deixou o saco com a propina", diz. "Ainda está pouco, né César?", dizia Silval Barbosa, referindo-se aos R$ 500 mil. Conforme o delator, Silvio César Corrêa fazia descontos de cheques de propinas em factorings e casas de fomento.

14h45 -
 O delator volta a falar sobre Silvio César Corrêa Araújo."Quando se falava em Silvio, se falava em Silval". Isto é, ele possuía poderes para falar em nome do governador. Zilio confirma que o ex-secretário José Jesus Nunes Cordeiro usou de expressões "amedrontadoras" para extorquir Mischur.

14h39 - 
"Quanto mais, melhor. Era um saco sem fundo!", admite Zilio sobre a ânsia por dinheiro do grupo criminoso. Diz que o grupo agia com insistência no sentido de exigir valores maiores de propina, R$ 500 seria o valor mínimo aceitável.Apesar disso, Silval teria exigido sempre R$ 700 mil. "Nós precisamos pagar nossas despesas políticas", segundo Zilio essa era a expressão usada quando faziam referência à buscar dinheiro ilícito

14h37 - 
O delator conta que sempre ouviu dizer Marcel de Cursi constituiu empresa de assessoria advocatícia em nome de sua esposa. Uma empresa de fachada. “Eu ouvi falar isso”, conta. Já Rodrigo Barbosa, segundo Zílio, vivia no gabinete de seu pai. O delator, no entanto, conta que sabe pouco sobre o filho do ex-governador.

14h32 - Zílio narra o investimento feito por Pedro Jamil Nadaf em sua fazenda para que bois fossem enviados para lá. "Sempre soube que esse dinheiro era ilícito". César Zilio depois passa a narrar sobre o esquema feito com o empresário Fernando Augusto Canavarros Infantino. E confirma que houve propina.Leia mais sobre o caso aqui 

14h25
- Sobre a empresa de Júlio Minori Tsuji, Zilio diz que eles conversaram e que o empresário apresentou seu interesse em continuar prestando serviços ao Estado. Na ocasião, o empresário disse que já pagava valores para servidores no Estado. Sobre a compra do terreno na avenida Beira Rio, Zilio diz que entrou com 30% de dinheiro seu e 70% de propina. Zilio diz que a terra hoje está entregue ao Estado para ressarcir o erário.

14h22
- Zilio afirma que “ouviu dizer” que cheques foram dados à José Riva no fim do ano de 2014. Tratava-se de uma dívida que Silval Barbosa possuía com o ex-parlamentar. De acordo com Zílio, Wallace Guimarães ia à SAD e certa feita representando interesses do setor gráfico ofereceu R$ 2 milhões para que Silval aceitasse um contrato com a gráfica. Parte do valor pago iria para a campanha de Wallace, que dizia ter chances reais de vencer a disputa.

14h10 -
César Zilio conta que 70% da propina ia para o governador e 30% ia para ele. Confirma que, certo momento o empresário Willians Mischur foi procurado pelo govenador através de Pedro Elias para checar os valores de propina que estavam sendo pagos.

14h07 - O delator confirma que certa vez houve reunião entre o chefe de gabinete, Silvio César e Mischur para rediscutir a propina. Segundo ele, houve diálogos para negociar a aquisição de um terreno de 30 mil metros na Beira Rio. "Providencei contratos para acobertar as aquisições", diz.

14h03 - Ao ser chamado por Silval para compor o primeiro escalão do governo, Zílio foi orientado a procurar uma empresa que fizesse gestão de margem de empréstimo consignado para servidores. Isso serviria para saldar parte da dívida de campanha que o grupo de Silval possuía.O contrato foi firmado com Willians Paulo Mischur, empresário dono da Consignum. Já na segunda reunião foi firmado um acordo para pagamento de propina.

13h52 -
A oitiva de César Zílio é iniciada. Diz que sempre teve interesse em contribuir com a elucidação dos fatos e garante estar ressarcindo o erário. “Cometi erros graves. Erros que me envergonharam muito e à minha família", afirma. Zílio também pede desculpa à justiça, a sua família e à sociedade. "A Operação Sodoma servirá como uma catalisadora de medidas, de instrumentos para promover uma mudança cultural neste pais", sentencia. 

13h52 -
A magistrada decidiu, posteriormente, que os fatos relatados naquela ação não afetam o seu entendimento sobre a ação da Sodoma. Uma vez que são fatos distintos. A juíza rejeita o pedido.

13h51 - Antes de tudo a defesa de Sílvio César Côrrea Araújo sussitou questão de ordem para a retirada do réu na ação penal encabeçada por Selma Arruda.  Uma vez que a juíza foi afastada da ação penal oriunda da Operação Ouro de Tolo, em que Sílvio também figura como réu. 

O advogado cita trecho de entrevista realizada pelo Olhar Direto com a magistrada. O MPE se manifestou contrário ao impedimento neste caso.

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