O ex-governador do Estado, Silval da Cunha Barbosa, impetrou novo recurso de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quinta-feira (1). O pedido de liberdade foi protocolizado apenas 20 minutos depois do réu ter o mesmo pedido indeferido na instância. Silval, hoje preso preventivamente por conta da “Operação Sodoma 2”, amarga 351 dias atrás das grades do Centro de Custódia da Capital (CCC) e contabiliza, até agora, 11 derrotas.
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O novo recurso, protocolizado no fim da tarde desta quinta-feira, cai nas mãos do julgador de todos os recursos de Silval relativos à “Sodoma 2” no STJ, o ministro Antônio Saldanha Palheiro, da Sexta Turma. O pedido mais recente já se encontra concluso para decisão.
O ex-governador do Estado também aguarda um parecer do Ministério Público Estadual (MPE) desde a última quarta-feira (31), quando manifestou verbal e oficialmente, na ocasião de seu interrogatório, à própria juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda.
Silval Barbosa é mantido preso preventivamente, hoje, apenas pela garantia da ordem pública e do andamento da fase de instrução da “Operação Sodoma 2”, fase encerrada nesta quarta-feira (31). A defesa do réu entende que inexiste qualquer possibilidade da manutenção do ex-governador no CCC. Uma vez que na fase de “Execução” da ação penal da “Sodoma 2”, momento em que se julga e calcula-se a pena, não é possível mantê-lo preso (a justiça entende que o réu não possui mais condições de afetar ou atrapalhar o processo de coleta de provas e colheita de testemunhos). Os advogados Valber Melo e Ulisses Rabaneda lembram que as demais operações, “Sodoma 1” e “Seven”, tiveram seus pedidos de prisão preventiva de Silval anulados.
Entenda o Caso:
Na fase 2 da “Operação Sodoma”, deflagrada no dia 11 de março de 2016, foi descoberta a lavagem de R$ 13 milhões na aquisição de um terreno na Avenida Beira Rio, próxima a casa de shows Musiva, que teria sido quitado com cheques provenientes de propina pagas por empresas (beneficiados com incentivos fiscais) ao Poder Executivo.
A compra foi feita, segundo o Ministério Público Estadual, pelo ex-secretário de Administração César Zilio, que teria usado o pai falecido e um arquiteto como “laranjas” na transação.
Foram denunciados pela Sodoma: O ex-governador, Silva da Cunha Barbosa; o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.