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ENTREVISTA

Antes de completar um ano preso, Silval cita mentirosos, nega fuga e afirma não ser Cunha: “fazia política com amor”

16 Set 2016 - 18:17

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Antes de completar um ano preso, Silval cita mentirosos, nega fuga e afirma não ser Cunha: “fazia política com amor”
O ex-governador Silval Barbosa completará um ano de prisão no próximo sábado, 17 de setembro. Um dia antes, no Fórum de Cuiabá, o político comentou sobre sua estadia no Centro de Custódia, afirmando que, caso solto, não tentará fugir. “Aqui não é o Eduardo Cunha”, afirmou ao negar sobre contas no exterior e refletir sobre mentirosos.


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Silval foi preso em conseqüência da Operação Sodoma, que inicialmente investigou fraudes em incentivos fiscais em Mato Grosso. O ex-governador também sofreu prisão preventiva em outra operação, chamada de Seven, que apura a negociação irregular de um terreno no valor de R$ 7 milhões. O último caso contra o político, a terceira fase da Sodoma, foi baseada em delações de empresários que pagavam propina por contratos com o Estado.

Apenas a prisão preventiva na terceira fase da Sodoma não foi revogada. Para Silval, mentiras de colaboradores e a segregação dificultam a defesa. “Nós estamos tendo resultado. Infelizmente é uma carga enorme. Um monte de delatores mentirosos, um monte de confessos mentirosos. Eu estou aqui, estou preso sem poder ter, assim, condições maiores da minha própria defesa. Então é só isso que eu sinto durante esse um ano, sofrendo, enclausurado na prisão”, afirmou.

Durante a audiência nesta sexta-feira, o ex-governador salientou que ainda existem recursos em aberto. “Eu estou recorrendo, estou buscando meios, existem recursos pendentes, a serem julgados, aqui mesmo na Sétima Vara. Nós temos um pedido de liberdade, já acabou a instrução do processo, todos já foram ouvidos. Nós estamos aguardando a juíza também se manifestar. Infelizmente a promotora Ana Bardusco deu parecer contrário, dizendo que teme que eu vou fugir daqui. Eu não vou fugir”.

Para comprovar que não possui o desejo de fugir da Justiça, o Silval Barbosa relembrou quando se entregou à juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal. O comparecimento em juízo, porém, deu-se, na ocasião, após dois dias foragido.

“Se eu quisesse ter fugido, eu poderia bem ter fugido na primeira vez. Eu que me apresentei [no dia 17 de setembro de 2015] espontaneamente para a doutora Selma. Eu quero responder pelos meus atos. Então é uma pena, lamentável, ela pensar isso aí. Eu tenho minha residência fixa. Eu não vou sair daqui mesmo com essas suposições maldosas que falam que eu corro perigo, ofereço perigo em me afugentar do país. Eu tenho minha família constituída aqui”, salientou.

Silval Barbosa negou, ainda, que tenha constas no exterior. O político comentou sobre os boatos. “’Ele pode ir usufruir o benefício de contas do exterior’. Eu já falei que não existe conta. Aqui não é o Eduardo Cunha, que falou e depois acharam. Não tenho conta corrente em lugar nenhum. Nem no meu nome, nem no nome de ninguém. Essa é a pura verdade”, explicou.

Ao final, ainda comentando sobre sua renda, Silval Barbosa negou arrependimento em ter deixado a vida empresarial. “Depois que eu entrei na política ela [renda] diminui. Dediquei vinte e dois anos exclusivamente à vida pública. Mauro Mendes, você vê a empresa dele, está em recuperação judicial. Mas é isso, cada um faz o que gosta. Eu fazia política com amor. Não me arrependo de nada do que faço”.
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