Olhar Jurídico

Quarta-feira, 26 de junho de 2024

Notícias | Criminal

OPERAÇÃO SEVEN

Réu diz que Gaeco o teria forçado a confirmar existência de organização criminosa; veja resumo da audiência

29 Set 2016 - 14:13

Da Redação - Lázaro Thor Borges / Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia Teixeira / Olhar Direto

Francisval Akerley da Costa

Francisval Akerley da Costa

Estão sendo ouvidos, na tarde desta terça-feira (29), pela juíza Selma Rosane Arruda da 7ª Vara Criminal três réus da Operação Seven. São eles: o médico Filinto Corrêa da Costa, o ex-secretário adjunto José Nunes Cordeiro e Francisval da Costa. Todos são acusados de envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro público por meio da compra de um terreno no lago do manso.


Leia mais:
Nadaf afirma que Marcel de Cursi tinha conhecimento de esquema investigado pela Operação Seven

O primeiro a ser ouvido, o coronel aposentado José de Jesus Nunes Cordeiro, atuou como secretário adjunto de Administração na gestão Silval Barbosa, por tanto, responsável pela área de licitações e contratos. Ele é acusado de colaborar com o esquema de fraudes e desvio de dinheiro público mediante a compra do terreno. À ele pesa a imputação de ter agido como braço armado do ex-governador.

A “Operação Seven” investiga fraudes no Intermat, cujos danos aos cofres públicos ultrapassariam R$ 7 milhões. De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), a organização criminosa teria sido responsável pela elaboração de um laudo de avaliação econômica da área vendida (objeto da investigação) mesmo sem competência técnica para tal.

Acompanhe:

17h31 -
Ele explica que a recategorização do parque sempre foi uma luta dele, que traria economia ao erário e valorizaria a área em termos ecológicos. Segundo o MPE, Francisval Akerley da Costa foi um dos responsáveis para apresentar dois pareceres favoráveis à "manobra", além de terem elaborado a minuta do decreto que mudaria a categoria Parque Estadual das Águas de Cuiabá de “parque” para “estação ecológica”

17h25 - 
Bulhões questiona se o réu leu e assinou tudo o que afirmou em depoimento, ele confirma, mas alega que o fez sem ler. O promotor pergunta por qual razão não denunciou a suposta atuação ilegal, ele explica que temia se tornar réu por represália. Ele alega que o Gaeco, com ele, apresentava hipóteses de compra de terreno, perguntando se assim fizera tratar-se-ia de "maracutaia". O réu reproduz o tom de voz dos promotores, que soa raivoso. "Se comprar o terreno assim, é maracutaia? E se comprar assim?".

17h21 - 
Neste momento o réu entra em atrito com o MPE. Insinua que o Gaeco possa ter adulterado e/ou lhe forçado a dizer coisas que não são verdadeiras. Diz que o Gaeco lhe agredia verbalmente, gritando que existia uma organização criminosa e que ele fazia parte. Afirma que houve pressão psicológica. O promotor Marcos Bulhões faz questionamentos para verificar a veracidade das informações apresentadas agora.

17h04 - 
O próximo a ser ouvido é o réu Francisval Akerley da Costa, servidor da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA-MT). Ele nega a denúncia, diz que ela é "totalmente falsa". Francisval Akerley é engenheiro agrônomo e atuou à época dos fatos como gerente de regularização fundiária.

16h47 -
Juíza determina intervalo da audiência

15h35 - 
À defesa de Francisco Lima Filho, Filinto Corrêa torna a desmentir Pedro Jamil Nadaf e afirma que devolveu R$ 2,5 milhões e não R$ 3,5. O réu predispõe ao juízo que caso venha a ser confirmado o sobrepreço e a fraude, irá restituír o erário público.

15h46 - 
Filinto admite que pagou R$ 1,5 mil para o avaliador, identificado como Ronaldo, aumentasse o valor da terra de R$ 10 mil por hectare para R$ 15 mil. 

15h41 - 
Ele afirma categoricamente que devolveu R$ 2,5 milhões ao governo mediante cheques entregues a Francisco Lima Filho.Questionado sobre para quem iria esse dinheiro, Filinto reproduz o que Francisco Lima Filho teria lhe dito. "Que era o pessoal que estava acima dele". Filinto Corrêa crê que seu cunhado não tenha ficado com dinheiro do esquema. "Desde que estourou a operação nunca mais falei com ele".

15h38 - 
Ele confessa que convenceu o avaliador do terreno a colocar R$ 15 mil por hectare, ao invés de R$ 10 mil. Mas nega que o sobrepreço tenha sido por conta de saber que metade voltaria para o governo. "Mas porque acreditava que terra valia isso", explica Filinto Corrêa. Diz que conversou poucas vezes sobre o assunto com Francisco Lima Filho, ex-procurador, seu Cunhado e corréu na ação.

15h22 - Sobre o suposto sobrepreço do terreno, nega. "Pra mim não está". "Eu sei o preço de um terreno, eu estou lá há quarenta anos". Ele afirma que a área em questão é sim de grande importância ecológica e ambiental, por possuir nascentes do rio Cuiabá. Diz que antes de sair o decreto já estava combinado a devolução de metade do dinheiro da compra. "Eu não sabia do erro. Só soube do erro quando explodiu a operação".

15h17 - 
Filinto Corrêa nega que houve venda dupla da área. Razão pela qual afirma que a denúncia não é verdadeira. Narra que adquiriu o terreno há 34 anos, em sociedade e afirma que foi procurado pela SEMA, ocasião que afirmou que havia dois terrenos à venda. Eles totalizavam mais de 10 mil hectares.

14h50 - 
Ao MPE, encerra. "Não recebi nenhuma proposta e nenhuma vantagem indevida para fazer o parecer", afirma o réu. O promotor insiste. "Essa é sua última palavra?".

"É minha última palavra", respondeu. "Então estou satisfeito, excelência", encerra o promotor Marcos Bulhões. Oitiva encerrada. O próximo a ser ouvido será o médico Filinto Corrêa da Costa, dono do terreno cujos 721 hectares foram vendidos ao Estado.

14h40 - 
O réu admite que esse foi o único parecer de avaliação que fez durante sua atuação no poder público. Ele admite que fez o parecer de avaliação em três dias. Segundo a denúncia, foi o parecer elaborado por José Nunes Cordeiro que permitiu o desvio de R$ 7 milhões dos cofres públicos com a compra do terreno. 

14h33 - Quesrionado pelo MPE se fosse um procedimento de compra feito com dinheiro próprio, Nunes teria o mesmo "cuidado" no procedimento, o réu se chateia. "Eu não estou aqui para colaborar".

Ele admite que o parecer que ele fez era dispensável, mas admite que sua atuação foi exigida por interesses escusos de outros denunciados nesta operação. "Aquele documento era dispensável", insiste. Questionado a razão de não ter manifestado isso no parecer, não sabe explicar.

14h23 - 
"Uma avaliação é feita por um engenheiro. Já o parecer é uma opinião pessoal", explica. Ele admite que não havia necessidade legal de um parecer de avaliação, mas ele o fez. Questionado da razão, diz que foi uma exigência de Wilson Taques.

14h21 - "Eu só fiquei sabendo que (a área) foi desapropriada depois que fui preso", afirma Nunes Cordeiro, que jura inocência. Assim como Silval Barbosa, ele está preso há mais de um ano. 

Ele nega que tenham lhe oferecido qualquer vantagem ilícita para que realizasse o parecer favorável à desapropriação da área. E alega que o parecer da SAD feita por ele foi exigida por Wilson Gamboji Pinheiro Taques.

14h20 - Ele admite que elaborou um parecer a favor do projeto de desapropriação do terreno objeto da ação. "Não sei se tem sobrepreço", ele afirma. Não houve outra avaliação se não do próprio dono da área, Filinto Corrêa, explica o réu. 

14h14 - Coronel Cordeiro, como é conhecido, nega as acusações contra ele. "Eu não pertenço a organização criminosa", afirma José Cordeiro. Ele afirma que jamais recebeu qualquer dinheiro ilícito.



Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet