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Terça-feira, 25 de junho de 2024

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Operação Maranello

Juiz absolve família acusada de lavagem de R$ 2,1 milhões e organização criminosa

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Justiça Federal em Mato Grosso

Justiça Federal em Mato Grosso

O juiz federal Paulo Cesar Alves Sodré, da 7ª Vara Federal de Cuiabá, absolveu o empresário Alexandre Zangarini, sua esposa Regina Zangarini, e seus filhos Moacir Zangarini e Michelle Zangarini da acusação de lavagem de dinheiro, por seis vezes, no valor de R$ 2,1 milhões, e organização criminosa.


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A família Zangarini era investigada na Operação Maranello que apreendeu ainda em 2009 vários carros de luxo de propriedade de Alexandre Zangarini e família.

Alexandre chegou a ser preso quando embarcava para Venezuela. Ele e proprietário de várias casas de jogos na Bolívia e era acusado de ter relações com traficantes.

A denúncia envolvia seis doações no importe total de R$ 2 milhões entre os anos de 2005 a 2007 em que Alexandre teria doado a seus filhos e esposa valores oriundos de sua atividade comercial.

Com esses valores a família teria adquirido vários veículos de luxo que foram apreendidos quando da deflagração da Operação Maranello. Para o Ministério Público Federal, o dinheiro seria fruto de lavagem de dinheiro de associação ao tráfico e evasão de divisas.

Já a defesa sustentava que todas as doações foram legais, recolhidos os impostos, registrada em cartório e que os valores eram oriundos da atividade legal na Bolívia de Alexandre por ser proprietário de várias casas de jogos.

Ao sentenciar o fato, o juiz federal acatou a tese de defesa da família Zangarini, representada pelo advogado Valber Melo, e absolveu toda a família das acusações de lavagem de dinheiro por seis vezes e formação de quadrilha.

Na sentença foi adotado o entendimento de que as doações possuíam todas datas anteriores a imputação do crime antecedente de associação ao tráfico e evasão de divisas, não havendo que se falar em atos de lavagem que se deram de forma anterior ao suposto crime antecedente.

“ Analisando detidamente a denúncia desta ação penal, não há prova da existência de crime anterior a 28/03/2007, quando Alexandre Zangarini transferiu dinheiro, por doação em cartório, aos seus familiares”, finalizou o magistrado.

Crimes segundo o MPF


Ministério Público Federal denunciou, em setembro de 2009, 35 pessoas por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Os denunciados atuavam, segundo o órgão ministerial, tanto no tráfico quanto na lavagem de dinheiro oriundo da venda de drogas em São Paulo e no Pará. A droga, conforme descrito, chegava em Mato Grosso trazida da Bolívia, geralmente em aviões, até as fazendas Sete irmãos e Baía dos Pássaros, na cidade de Barão de Melgaço (MT).

Ao negociar a entrega da droga, a organização criminosa recebia, além de dinheiro, veículos como forma de pagamento, sendo que alguns destes eram vendidos para posterior compra de mais droga. Outros veículos acabavam por ser utilizados por membros da própria organização.

Os lucros do tráfico eram distribuídos por empresas e contas correntes de familiares e colaboradores. Os denunciados, agindo de comum acordo, ocultaram e dissimularam a origem, a localização, a disposição, a movimentação e propriedade de bens e valores provenientes direta e indiretamente de tráfico cocaína.
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