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DELAÇÃO

Empresário confirma empréstimo de R$ 10 milhões a Riva e diz não saber quanto ex-deputado ainda deve

17 Out 2016 - 10:20

Da Redação - Lázaro Thor Borges/Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Gercio Marcelino Mendonça Junior

Gercio Marcelino Mendonça Junior

Está sendo ouvido na tarde desta segunda-feira (17) o empresário e delator premiado da “Operação Ararath”, Gercio Marcelino Mendonça Junior. Ele foi arrolado pelo Ministério Público Estadual (MPE) na qualidade de testemunha na ação penal oriunda da “Operação Imperador”, em que figuram como réus, José Geraldo Riva, ex-deputado e sua esposa, Janete Riva. O rito ocorre na sala de audiências da Sétima Vara Criminal, no Fórum da Capital, e é conduzido pela juíza Selma Rosane Arruda.


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Gércio Mendonça Júnior, (vulgo Júnior Mendonça) é proprietário das empresas Globo Fomento Mercantil, que atuava clandestinamente nas supostas transações financeiras ilegais e na lavagem de dinheiro da Ararath. Ele também é dono da Amazônia Petróleo, envolvida no esquema de fraudes. Esta empresa ficou responsável por devolver R$ 12 milhões aos cofres públicos à título de ressarcimento ao erário, como parte do acordo de delação premiada firmada naquela ação penal.

Nesta, figura como testemunha cuja oitiva fora solicita pela inicial acusatória, isto é, pelo MPE. Suas informações irão subsidiar a ação penal oriunda da “Operação Ventríloco”, incluindo a ação desmembrada para os réus José Geraldo Riva e Djalma Ermenegildo, que à época estavam presos.

A Operação Imperador foi deflagrada em 21 de fevereiro de 2015 pelo Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e versa sobre um suposto combinado corrupto que lesou os cofres públicos em cerca de R$ 60 milhões.

O ex-parlamentar e sua esposa, Janete Riva - que atuava como secretária de Administração e Patrimônio da Casa de Leis - foram denunciados juntamente com outras 13 pessoas, entre servidores e proprietários de cinco empresas utilizadas no 'esquema'. A fraude, conforme o MPE, ocorreu no período de 2005 a 2009.

Devido à prisão preventiva decretada contra o político, o processo foi desmembrado ainda em 2015. Riva segue como réu único no processo. Os outros acusados serão julgados em momento posterior.

Acompanhe:

14h29 - Enfim, a testemunha confirma tudo o que havia afirmado anteriormente em outras oitavas. A oitava está encerrada.

14h22 - 
Em alguns casos um carro oficial da assembleia legislativa teria sido usado para pagamento do empréstimo. A entrega do envelope, nestes casos, era feita pelo motorista da AL. A testemunha afirma que em 99% dos casos o pagamento era feito pelo próprio José Riva, em seu gabinete da AL. Em outros casos os pagamentos foram feitos via depósito. Sérgio Ricardo e Mauro Savi também contraíram empréstimos com a testemunha. Já José Riva, teria feito empréstimos em outras casas de fomento, além da sua. Quanto à dívida que Riva hoje possui com a testemunha, este diz já não saber em quanto é avaliada.

14h19
- Ao final, a magistrada Selma Arruda tomou a palavra e lançou questionamentos à testemunha, que cumpre sua terceira audiência para revelar fatos dessa natureza.Gercio Mendonça confirma que solicitou uma casa como garantia pois seria a primeira vez que oferecia empréstimo à um político.

14h18 - 
Sobre os supostos compromissos com a imprensa, a testemunha diz que Riva jamais revelou detalhes. Os empréstimos eram pagos em até seis vezes. “Riva tinha fama de bom pagador”, diz Gercio. A testemunha revela ter emprestado R$ 10 milhões ao deputado. O valor inclui alguns empréstimos não pagos. A testemunha diz que teve uma boa relação com Riva até 2010, quando a partir de então o réu teria deixado de pagar suas dívidas em dia, transtornando a relação.

14h14 - À época dos fatos, Riva atuava como Presidente da AL e Primeiro Secretário. A testemunha também narra que os cheques usados nos pagamentos eram pessoais de Riva. Em alguns casos a testemunha emitia cheques para Riva, embora nunca tivesse descoberto o recebedor final dos cheques. O dinheiro para pagar os empréstimos geralmente estavam em envelopes que ficavas em uma gaveta. Eles eram entregues no gabinete de Edemar Adams.

13h30
- Gercio Mendonça solicitou que nenhum réu ou testemunha se mantivesse na sala enquanto prestasse seus esclarecimentos à justiça. Ao MPE, a testemunha disse que não conhece nenhuma das empresas citadas, tampouco boa parte dos réus desta ação penal. Admitiu, entretanto, conhecer José Riva e sua esposa, Janete.

Disse que já teve negócios com Riva. Eles se conheceram em 2005 quando a testemunha concedeu empréstimo de R$ 2 milhões. Quem lhe apresentou ao deputado fora Eduardo Jacob. Como garantia fora oferecida uma casa por José Riva. Os demais empréstimos foram feitos na quantia de R$ 500 mil. Tempos depois a esposa de Riva, Janete solicitou a devolução da casa, garantia dada anteriormente.

Sobre o pagamento dos empréstimos, diz a testemunha. “Nenhum cheque foi compensado, todos foram pagos em dinheiro”. Edemar Adams, então secretário da assembleia legislativa foi quem efetuava as negociações em nome de José Riva, afirma a testemunha. Questionada, a testemunha revela que Riva lhe havia dito, certa feita, que tinha necessidade de contrair empréstimos para “atender as necessidades do sistema, incluindo compromissos com a imprensa”.

Em 2013, quando estourou a Ararath e a testemunha firmou acordo de delação, revelou mensagens em que Riva fazia cobranças e exigências de empréstimos. Riva jamais revelou a fonte de seus recursos. Embora inicialmente tenha dito que possuía negócios de gado. “Mas eu nunca procurei saber a fundo a origem do dinheiro”, diz a testemunha.

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