Olhar Jurídico

Domingo, 28 de julho de 2024

Notícias | Criminal

OPERAÇÃO RÊMORA

Dois dias após prisão, empresário Alan Malouf pede liberdade e Gaeco poderá ouvi-lo ainda hoje

16 Dez 2016 - 10:37

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Alan Malouf sendo levado pra prisão

Alan Malouf sendo levado pra prisão

A defesa do empresário Alan Malouf protocolizou junto à Sétima Vara Criminal pedido de revogação da prisão preventiva. O proprietário do Buffet Leila Malouf dorme na sede do Serviço de Operações Especiais (SOE) desde a última quarta-feira (14), por conta da terceira fase da Operação Rêmora, denominada "Grão Vizir". A decisão ficará por conta da magistrada Selma Rosane Arruda, responsável por decretar a prisão. Responsável pelo pedido, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deverá receber Alan Malouf em sua sede, para realizar sua primeira oitiva, na tarde desta sexta-feira (16).


Leia mais:
Permínio contesta pontos da delação de Guizardi, mas Gaeco vê convergência em depoimentos

Especula-se a possibilidade de Alan Malouf firmar acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE), assim como fez Giovani Guizardi, cujas informações trazidas aos autos inseriram seu nome na trama, forçando sua prisão.

Até o momento a defesa do empresário nega interesse em colaborar com as investigações. “Não existe nada disso. O Alan sempre se colocou à disposição da justiça para esclarecer os fatos”, descartou o advogado Huendel Rolim.

Questionado se a ida do suspeito para SOE já indica “tratamento diferenciado” para futuro delator premiado, o coordenador do Gaeco, Marco Aurélio Castro, descarta. “Não tenho ciência do motivo [pelo qual o empresário foi encaminhado ao SOE], o nosso pedido era genérico, PCE, que é onde todo mundo vai, agora consta uma deliberação judicial e eu vou ser intimado disso e vou tomar conhecimento. É obvio que se tiver algo em sigilo, ele será mantido em sigilo, mas por hora não há nada. Não vai para o SOE só quem quer colaborar”.

O promotor ainda lembra que a próxima segunda-feira (19) é o prazo final para apresentação de denuncia em face do empresário preso.

Sobre os novos rumos da operação, o Gaeco faz mistério. “O Ministério Público sempre fala o que fez e nunca o que vai fazer”.

Rêmora - Terceira Fase:

Em nota o MPE afirma que o Gaeco, em ação conjunta com Promotores de Justiça, Delegados de Polícia, Policiais Militares e Civis e o Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) deflagraram a terceira fase da Operação Rêmora, denominada “Grão Vizir”. Neste momento, agentes do Gaeco estão em diligência para cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Vara do Crime Organizado em desfavor do empresário Alan Ayub Malouf. Outros mandados de busca e apreensão e condução coercitiva também estão sendo cumpridos.

Nos autos da ação penal oriunda da "Operação Rêmora", o proprietário da Dínamo Construtora, Giovani Guizardi, firmou acordo de delação premiada com o MPE e envolveu o nome do empresário Alan Malouf, que teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao governo. Em contrapartida, o proprietário do Buffet deveria recuperar esse dinheiro por meio de propinas.

Giovani declarou que no ano de 2015 foi criado informalmente uma organização criminosa a qual o fez parte e o intuito era arrecadar fundos ilícitos para fins de saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais de 2014. O empresário afirma ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), Fábio Frigeri, Leonardo Guimarães e Ricardo Sguarezi.

Giovani relata que conhece o empresário Alan Malouf desde a infância e foi ele quem o ajudou a entrar para o esquema. Guizardi procurou Malouf em março de 2015 e solicitou que sua empresa, Dinamo Construtora, pudesse trabalhar em obras na Seduc , pois nunca tinha atuado nesta secretaria, que é a terceira em maior volumes de obras no Estado. A primeira reunião teria acontecido no buffet Leila Malouf, ocasião em que o delator soube que o deputado estadual Guilherme Maluf era o responsável por indicar o superintendente da Seduc , Wander Luiz.

Giovani então reuniu-se com Wander na própria Secretaria de Educação e ouviu que o interlocutor estava com dificuldades e que as pessoas que investiram na campanha de Taques teriam que receber o dinheiro investido e essa pessoa seria Alan Malouf. Ficou combinado o pagamento 5% do valor das obras cobradas por Wander.

O declarante conta que o critério utilizado para a divisão da propina foi dar a maior porcentagem, de 25%, para para as figuras formalmente responsáveis pela pasta, como, Alan Malouf, Permínio Pinto e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que, de acordo com o delator, era quem detinha o real o real poder político na Secretaria. Por meio de nota, Maluf também negou qualquer participação em irregularidades. Fábio Frigeri e Wander ficariam com 5% e o delator 10%.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet