O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra Carlos Alberto Oliveira Junior, vulgo “Juninho”, 31 anos, por homicídio qualificado, pela morte do policial militar, Elcio Ramos Leite, e por tentativa de homicídio contra Anderson José Saraiva. Ele é irmão de André Luiz Oliveira, de 27 anos, morto em confronto com os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) minutos após a execução do militar. O caso foi registrado no dia 02 de agosto de 2016, no bairro CPA 3, em Cuiabá.

Leia mais:
Suspeito de matar PM com disparo na cabeça é morto em confronto com o Bope; Veja Vídeos

Segundo a assessoria de imprensa do MPE, foi oferecida a denúncia contra o irmão de André Luiz, que também estava no local. A Justiça entendeu que, por conta da complexidade do caso, o processo será desmembrado. Sendo assim, foi imputado crime apenas ao civil até o presente momento.

Na ocasião, os militares Élcio Ramos Leite e Wanderson José Saraiva, que atuavam no setor de inteligência do 24ª Batalhão da Polícia Militar, no Bairro São João Del Rey, foram designados para obter informações sobre a comercialização ilegal de armas de fogo na região do CPA. André Luiz e Carlos Alberto estariam usando grupos formados através do aplicativo "WhatsApp" para oferecer à venda uma arma de fogo, tipo revólver, calibre 38, numeração 386944.

No dia 02 de agosto, por volta das 14h, os policiais militares Élcio e Wanderson José, a paisana, marcaram encontro com Carlos Alberto próximo ao terminal do CPA II, se dizendo interessados em adquirir a arma. Uma operação foi montada para dar suporte aos dois policiais caso o crime fosse constatado e a prisão em flagrante tivesse de ser realizada.

Do terminal, o denunciado seguiu com Elcio e Wanderson até sua residência, onde funciona uma distribuidora de água, no CPA III. Lá, o policial Wanderson percebeu que Carlos Alberto estava com uma arma na cintura e se recusou a entrar no quintal e na residência. Nesse momento, Carlos Alberto agiu com violência na tentativa de obrigar o policial a entrar, foi quando entraram em luta corporal.

André Luiz, que estava dentro da casa, teria sacado o revólver e ido dar apoio ao irmão, apontando a arma para o policial Elcio, o atingindo com um tiro na cabeça. Ainda de acordo com a denúncia, o crime foi cometido por motivo torpe, “praticado com o fim de impedir a atividade policial que estava sendo regularmente exercida no combate à venda ilegal de armas pelo denunciado e seu irmão”.

Uma coletiva de imprensa está marcada para a próxima terça-feira (31), às 14h30, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça. O promotor de Justiça, Jaime Romaquelli, da 2 ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá, explicará sobre os desdobramentos do caso polêmico que resultou nas duas mortes.

Polêmica

No dia do assassinato, levantou-se uma dúvida a respeito de uma possível execução do suspeito de matar o soldado Elcio Ramos Leite. A foto do suspeito vivo, sendo abordado por um militar a paisana, foi apresentada ao Secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, na ocasião e reforçou que iria aguardar a apuração do caso.

A foto da abordagem policial, flagrada pelo repórter fotográfico do Olhar Direto, Rogério Florentino, mostrou o suspeito do lado de dentro da janela de uma residência. Testemunhas disseram que o policial tentou retirar o mesmo por ela, sem sucesso. O suspeito teria então corrido para os fundos da casa, onde morreu. Jarbas também rebateu as acusações feitas pelo pai de André, o líder comunitário Carlos Oliveira, de que o filho estaria sendo extorquido pelo policial morto: “Essa acusação é totalmente infundada. Era um pai de família que deu a vida para salvar o cidadão”.