A juíza de Direito da Primeira Vara Criminal, Mônica Catarina Perri Siqueira, realiza no próximo dia 17 o Tribunal do Júri da delegada da Polícia Civil Helena Yloise de Miranda e três policiais acusados de participarem da morte de Brasílio Bogado Ávila. O crime teria ocorrido em 1986, ou seja, há 26 anos, e eles são acusados de homicídio qualificado.
Conforme o processo, o corpo de Brasílio foi encontrado no dia 23 de novembro de 1986, na Serra de São Vicente, alvejado por vários disparos de arma de fogo. Ele teria sido preso um dia antes do crime pelos acusados de forma arbitrária. “Os policiais civis Jorge Aparecido Franco, João Luiz Campos Lemos e Francisco Dias Lourenço, atendiam ordens da delegada, sendo o motivo da prisão repleto de contradições nas declarações dos denunciados”.
Consta ainda, que no dia anterior ao crime, antes de prenderem Brasílio os três policiais efetuaram a prisão de Elzia Jordão em cumprimento a um mandado de busca e apreensão expedido pela própria delegada, com o objetivo de localizar certa quantidade de cocaína. Porém a droga não foi localizada, mas mesmo assim Helena Yloise manteve a mulher detida na delegacia até que o rapaz fosse localizado.
Após Brasílio ter sido localizado, Elzia acabou sendo liberada por interferência do Corregedor da Polícia Civil, na época. Para retirarem a vítima da delegacia sem que fosse notado, a delegada ainda teria determinado que os agentes fossem atender uma ocorrência (inexistente) e foi então que os três policiais seguiram com o rapaz para a Serra de São Vicente.
Morosidade
A denúncia contra os acusados foi proposta pelo Ministério Público apenas em 1998 e devido aos diversos recursos interpostos pela defesa dos réus. Para o MP, Brasílio foi executado, um dos indícios que comprovaria isso o fato de ele ter sido atingido por um tiro na perna, considerado típico de policiais, uma vez que causa maior dor.
Antecedentes
Esse não é a única denúncia contra a delegada. Em 2007, Helena Yloise foi presa durante a operação arrego. Na época, ela comandava a delegacia de Claudia (620 km de Cuiabá), na mesma ocasião também foi detido o delegado Richard Damasceno, de Sinop.
A ação, também do Ministério Público, apontou o suposto envolvimento dos dois no recebimento de suborno do jogo do bicho. Para tentar comprovar a denúncia, o MP apresentou à Justiça escutas telefônicas onde eram mencionados os nomes dos dois delegados e supostos repasses de dinheiro para que concorrentes do bicheiro João Arcanjo.
