A juíza federal Rogéria Maria Castro Debelli suspendeu nesta quarta-feira (11) a decisão que despejou 17 famílias do Quilombo Mata Cavalo, área de 117 hectares próxima a Nossa Senhora do Livramento.
Leia mais:
TJ nega pedido de ex-secretário da AL que buscava suspender ação sobre desvios de R$ 3 milhões
A magistrada considerou que todas as famílias despejadas na última segunda-feira (09) dependiam do local para sobrevivência. Assim, caso fosse mantida a liminar, retirando os quilombolas definitivamente de suas moradias, haveria o risco de dano irreparável.
A conquista dos quilombolas foi possível graças ao agravo de instrumento protocolizado pela Fundação Cultura Palmares.
A referida fundação argumentou que “a manutenção da decisão atacada gera notórios riscos à ordem pública, por implicar em ameaça de extinção de uma comunidade étnica, cujas tradições e modo de vida integram o patrimônio cultural nacional”.
Lutam pelos direitos em Mata Cavalo o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, União Federal e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
A parte interessada pelo despejo é o espólio de Elzio Saldanha. A liminar agora anulada havia sido proferida pelo juiz Raphael Cazelli de Almeida Carvalho, da 8ª Vara Federal em Mato Grosso.
A matéria ainda será julgada em seu mérito. Até a conclusão do julgamento, o Quilombo Mata Cavalo e seu patrimônio cultural permanecerá sob incerteza.