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SENTENÇA DA SODOMA

Braço direito de ex-governador, Silvio César é pessoa "de índole violenta e perigosa", diz juíza

19 Dez 2017 - 09:20

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

SILVIO CÉSAR ARAÚJO

SILVIO CÉSAR ARAÚJO

Pessoa de “índole violenta e perigosa”. Assim a magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, avalia Silvio César Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete e braço direito do ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa no esquema de corrupção da “Sodoma”. Por sua participação nos crimes, foi condenado a cinco anos de prisão em regime domiciliar.


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“Era membro ativo da organização e agia não apenas como o braço direito de Silval em relação aos recebimentos de propina, mas também como pessoa de índole violenta e perigosa, até mesmo em relação aos demais membros, desde que se aventasse perigo de traição”, consta da sentença.

Como a magistrada cita em sua decisão, há nos autos indícios de que Silvio César teria ameaçado até mesmo seus comparsas, caso resolvessem delatar a organização criminosa. “De fato, Pedro Jamil Nadaf chegou a noticiar que Silvio teria afirmado que colaboradores deveriam morrer, fato que lhe causou bastante temor na ocasião e ensejou, inclusive, a manutenção de Silvio na prisão”.

A juíza constata ainda que mesmo vivendo de um salário relativamente baixo pelo cargo que ocupava no Governo do Estado, Silvio César movimentou vultuosas quantias de dinheiro, cuja origem seria desconhecida.

“Todos esses elementos, somados à confissão de Silvio e à fala do próprio Silval Barbosa, são, sim, suficientes para a condenação de Silvio como membro importante e destacado da organização criminosa”, avalia.

Mesmo com todas as avaliações acima, Silvio foi condenado em apenas cinco anos. A detenção será cumprida em regime domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.

Entenda o caso:

As investigações constataram que a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), concedeu incentivos fiscais, via Prodeic, de forma irregular para empresas. A vítima central apontada no processo foi o empresário João Batista Rosa.  

Karla Cecilia de Oliveira Cintra envolveu-se na organização criminosa por meio de Pedro Nadaf, agindo como secretária da organização.
 
Segundo os autos, Karla era a emissora das notas fiscais falsas que mensalmente justificavam o pagamento de propina.
 
A secretária firmou delação premiada, se beneficiando com a redução da pena em 2/3. O regime de cumprimento da pensa será o aberto.

São réus e condenados no processo: Silval da Cunha Barbosa, Pedro Jamil Nadaf, Marcel Souza de Cursi, Francisco Andrade de Lima Filho, Sílvio César Correia Araújo e Karla Cecília de Oliveira Cintra.
 
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