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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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SENTENÇA DA SODOMA

Mato Grosso foi arrasado moral e economicamente pelos crimes de Silval Barbosa, aponta juíza

19 Dez 2017 - 08:12

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Silval da Cunha Barbosa

Silval da Cunha Barbosa

Em sua primeira sentença pela “Operação Sodoma”, a juíza da Sétima Vara Criminal Selma Rosane Arruda lamentou a repercussão arrasadora para Mato Grosso, do ponto de vista moral e econômico, trazido pelo de fato o Estado ter um ex-governador líder de organização criminosa. Em sua sentença, cita reportagem veiculada mundialmente pelo site espanhol El País. 


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“Mato Grosso teve suas vicissitudes e seu pior aspecto expostos ao mundo todo com a notícia de que seu ex-governador chefiava uma organização criminosa composta por agentes públicos (secretários de Estado) dentre outros, que tinha como objetivo a obtenção de vantagens mediante a prática de crimes contra a Administração Pública. Este tipo de evento causa não apenas abalo moral incomensurável às pessoas, como também gera efeitos profundamente negativos na economia, porque abala a credibilidade do Estado e do País em relação aos investidores”, avaliou a magistrada ao final de sua sentença.

Adiante, Selma Arruda cita estudo que aponta para as consequências negativas da participação em esquema criminoso para as empresas. “Mesmo parecendo ser uma atividade lucrativa a curto-prazo, firmas e gestores que se envolvem em atos ilícitos de corrupção podem sofrer ações legais no futuro, caso tais atos sejam descobertos”.

Momento seguinte, cita as reportagens veiculadas na imprensa sobre o esquema da Sodoma, com destaque para a reportagem especial veiculada pelo site espanhol El País, cujo destaque fora avaliado em “Picantes” de Olhar Direto. Assim diz Selma:

“Ainda, de forma mais objetiva, apontando para a realidade de nosso Estado, cito recente reportagem sobre o assunto, publicada pelo periódico El Pais, cujo resumo foi veiculado no conhecido site de noticias Olhar Direto”.

Por fim, conclui. “Tenho que a repercussão social dos crimes cometidos, especialmente do fato de Silval ser o líder de uma organização criminosa foi arrasadora para Mato Grosso e para o País, tanto do ponto de vista moral quanto econômico”.

Sodoma I

Na primeira fase da Operação Sodoma, em setembro de 2015, oito membros da organização foram indiciados pela Polícia Judiciária Civil e sete deles denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE).
 
Os envolvidos responderam por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Silval Barbosa foi apontado como chefe do esquema criminoso montado para desviar recursos do erário público, com a finalidade de pagar despesas de campanha política de sua reeleição e angariar recursos decorrentes do pagamento de propina.
 
A execução de tarefas específicas foi determinada a pessoas de sua confiança, com acesso direto ao palácio do Governo, entre elas Marcel Souza de Cursi, inicialmente, como secretário adjunto de Receita Pública e posteriormente, nomeado como secretário de Fazenda.

As investigações constataram que a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), concedeu incentivos fiscais, via Prodeic, de forma irregular para empresas.
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