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PRESO HÁ 284 DIAS

Juízes rejeitam segundo pedido de liberdade de cabo da PM réu na Grampolândia

02 Mar 2018 - 16:01

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Cabo Gerson

Cabo Gerson

À unanimidade, o cabo da Polícia Militar de Mato Grosso Gerson Luiz Correa Junior, acusado de coordenar o esquema de interceptações ilegais do Estado, teve seu segundo pedido de liberdade rejeitado na tarde desta sexta-feira (02), durante a audiência na 11ª Vara Criminal Militar, no Fórum da Capital. 


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Ao contrário do último pedido, o Ministério Público Estadual (MPE) desta vez se manifestou favorável a concessão de prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, entendendo que já não existem mais razões para a manutenção da prisão do acusado, que já completa 09 meses. "Sinto aí um cheirinho de excesso", avaliou o promotor Allan Sidney do Ó.

Em seu voto, o juiz Murilo Mesquita afastou o argumento trazido pela defesa e vislumbra que a instrução processual pode vir a ser prejudicada pela liberdade do cabo da PM. Acrescenta que os fundamentos para a prisão do militar estão mantidos e que, sendo assim, não há razão para a concessão da prisão domiciliar.

Os quatro juízes militares na ação, coronéis Elierson Metello de Siqueira, Valdemir Benedito Barbosa, Luiz Cláudio Monteiro da Silva e Renato Antunes da Silveira Junior, à unanimidade, mantiveram a prisão do cabo.

Gerson Correa Junior responde a esta ação penal junto aos seus superiores, Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Lesco, Ronelson Barros e Januário Batista. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE) que patrocina a acusação por meio do promotor Allan do Ó, os cinco militares teriam liderado um verdadeiro esquema criminoso de interceptações clandestinas em Mato Grosso, contra políticos, jornalistas e advogados. 

Para a defesa de Gerson Junior, entretanto, “há identidade de situações fático processuais entre o requerente e aqueles investigados que obtiveram a revogação de suas prisões preventivas”, (e portanto) flagrante quebra de isonomia entre os acusados".

Contexto:

A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.

Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.

Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.

Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado. 

Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.

* com informações de Gazeta Digital.
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