Mário Roberto Kono de Oliveira, eleito desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na quinta-feira (27), defende que magistrados mantenham conversas com as partes de um processo.

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O assunto ganhou peso nos últimos dias após divulgação de mensagens supostamente trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça,  e membros do Ministério Público Federal (MPF) envolvidos na Operação Lava Jato.
 
“Eu sei que o magistrado tem que entender que o Ministério Público é parte, como o advogado também representa uma parte, e deve estar sempre ouvindo ambas as partes para que ele busque a finalidade que é a Justiça, que é uma decisão justa”, afirmou Kono durante entrevista coletiva.
 
Com 27 anos de magistratura, Mário Kono passou pelas comarcas de Nova Xavantina, São Félix do Araguaia, Barra do Bugres e Cáceres, até ser designado para o Juizado Especial Criminal de Cuiabá (Jecrim), onde atuou por 20 anos.

Experiente, o magistrado preferiu não opinar sobre o caso específico de Moro, mas endossou a necessidade de aproximação entre as partes de um processo.
 
“O diálogo que tem que haver com as partes, isso sempre houve e tem que haver. Se o advogado tem que esclarecer ao juiz ou desembargador o porquê de estar apresentando aquela prova, o que ele pensa, se o juiz vai acatar ou não, o Ministério Público também, como parte, deve. Porque quem vai dar o veredito final é o órgão julgador, então ele tem que estar munido de todas as informações para que ele possa se aproximar da decisão mais justa possível”, salientou.
 
Mário Kono irá ocupar a vaga aberta com a aposentadoria da desembargadora Cleuci Terezinha Chagas, em janeiro deste ano.