Olhar Jurídico

Sábado, 27 de julho de 2024

Notícias | Criminal

Reunião para leitura do relatório da CPI do Cachoeira começa em clima de conflito

Começou em clima de conflito a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira para leitura do relatório final do deputado Odair Cunha (PT-MG). No documento, o parlamentar deve pedir o indiciamento de todos os que se recusaram a depor na comissão.


Representantes da oposição já afirmaram que pretendem apresentar um voto em separado. Além disso, um grupo formado pelos senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e os deputados Rubens Bueno (PPS-PR) e Ônix Lorenzoni (DEM-RS) já prepararam uma representação a ser encaminhada ao Ministério Público Federal para que o órgão dê prosseguimento às investigações da CPI. Entre outros pedidos, eles querem o indiciamento do dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, por corrupção ativa e formação de quadrilha.

A apresentação do relatório acontece horas depois de o contraventor Carlinhos Cachoeira, que estava preso preventivamente, ter sido solto pela Justiça. Ele foi condenado a cinco anos de prisão, na terça-feira (20), mas, como a pena deve ser cumprida em regime semiaberto, a juíza Ana Cláudia Costa Barreto, da 5ª Vara Criminal de Brasília, expediu um alvará de soltura.

A reunião da CPI está sendo realizada na sala 2 da Ala Nilo Coelho do Senado Federal e pode ser acompanhada pela internet: www.senado.leg.br

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) anunciou que vai pedir vista e que, entre suas objeções, uma das principais é contra o indiciamento de jornalistas.

- Não dá para concordar com o indiciamento de cinco jornalistas. Não dá para acusá-los de crime de quadrilha. Se jornalista não investigar, vai fazer o que, só coluna social? – questionou Álvaro Dias, ao chegar para a reunião.

O deputado Silvio Costa (PTB-PE) também se indispôs com o relatório. Ele deseja adiar sua leitura, alegando que a liberação de Carlos Cachoeira, que deixou a penitenciária da Papuda na manhã desta quarta-feira (21), deve ser levada em conta pela CPI.

- Um cara que passa nove meses na cadeia fica com medo de voltar para lá. Vamos agora convocar o Cachoeira para ver se ele fala na CPI. Esse relatório deixa muito a desejar. Temos que ouvir Cachoeira, antes de concluir os trabalhos – disse Silvio Costa.

Para Pedro Taques (PDT-MT), o relatório "é uma farsa" e a CPI "um cadáver insepulto", já que há uma série de suspeitas ainda não investigadas. Ele insistiu em nova convocação de Cachoeira, agora que o contraventor saiu da cadeia.
Já o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-RS), afirmou que o relatório é consistente e "não poupa nem peixes pequenos, nem grandes".
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