Os tios de Maria Vitória Lopes dos Santos, dois anos, Francisco Lopes da Silva e Aneuza Pinto Ponoceno, foram condenados pelo assassinato da sobrinha de apenas dois anos em Poconé (104 km de Cuiabá). A garota morreu em outubro do ano passado por traumatismo cranioencefálico, ela era submetida a humilhações, privação de alimentação e agressões constantes e estupro. Ambos foram julgados pelo Tribunal do Júri e sentenciados pela juíza Kátia Rodrigues Oliveira. As penas dos dois somam mais de 117 anos e será cumprida em regime fechado.
 
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Criança torturada pelos tios era submetida a humilhações, privação de comida e agressões físicas
 
O caso veio a tona após o falecimento da criança. Francisco e Aneuza eram tios de criação da menina e possuíam a guarda dela desde os 5 meses de idade. A menina precisou ser internada no Pronto-atendimento de Poconé, posteriormente por conta da gravidade dos ferimentos ela foi transferida para o Pronto –socorro de várzea Grande.
 
No início os tios afirmaram que não haviam agredido a menina e havia caído da cama, o que era incompatível com as lesões apresentadas. Aneuza confessou os crimes a equipe do delegado Maurício Maciel Pereira. “Foi possível esclarecer com riqueza de detalhes o que já estava evidenciado no que tínhamos. Tivemos alguma dificuldade no início, mas logo em seguida ela decidiu contar a verdade”.
 
Um laudo médico apontou que a criança tinha fraturas cranianas, estado não compatível com a situação descrita pela sua responsável legal, que a levou ao hospital. Além disso, ela apresentava lesões por maus-tratos, abuso sexual, traumatismo craniano grave e suspeita de morte encefálica.
 
Conforme a investigação conduzida pelo delegado Maurício Maciel, há cerca de cinco meses, a guarda provisória dela estava com o tio paterno e a esposa dele. O casal estava morando em um sítio com a criança, na região rural de Poconé.
 
Os tios chegavam a deixar de dar alimentação para a menina de dois anos, que era submetida a andar nua e dançar para conseguir comer. Além disto, a pequena Maria Vitória ainda era agredida de forma física por seus pais, além de também ter sido estuprada.