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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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OPERAÇÃO LA CATEDRAL

Justiça nega domiciliar de esposa de líder de facção que movimentou milhões com empresas de fachada

Foto: Reprodução

Justiça nega domiciliar de esposa de líder de facção que movimentou milhões com empresas de fachada
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão preventiva de Thais Emilia Siqueira Silva, esposa de um dos líderes do Comando Vermelho, Janderson dos Santos Lopes, e responsável por criar empresas de fachada para lavar milhões de reais proveniente das atividades ilícitas da facção. Caso versa sobre ação penal proveniente da Operação La Catedral, que desarticulou esquema de lavagem que movimentou mais de R$110 milhões provenientes do tráfico de drogas.


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Defesa de Thais ajuizou habeas corpus em todas as instâncias antecedentes pedindo substituição da preventiva por domiciliar. Em liminar, o desembargador Helio Nishyama chegou a conceder o pleito em maio deste ano, contudo, em ordem colegiada, os magistrados do Tribunal de Justiça mandaram ela de volta para a cadeia.

Isso porque, conforme examinado nos autos dos processos que Thais responde, foi constatado que ela comete os crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa reiteradamente, inclusive, foi condenada por eles no âmbito da Operação Red Money, a 10 anos de prisão.

Outro ponto destacado foi o fato de que, durante cumprimento de medidas cautelares adversas do cárcere, Thais novamente foi flagrada cometendo os mesmos crimes pelos quais fora condenada.

Além disso, foi lembrado que Thais chegou a movimentar quantias milionárias sem quaisquer lastros legais, tendo adquirido por meio dos atos delituosos, um lote em Cuiabá, uma casa no empreendimento Reserva Rio Cuiabá, um sítio na capital, além de registros de veículos e empresas em que aparece como sócia proprietária.

Examinando o pedido, cuja sustentação é que Thais é mãe de três filhos menores de 12 anos que dependem de seus cuidados, a ministra Cármen Lúcia decidiu nega-lo, uma vez que todas as outras instâncias o fizeram em conformidade com entendimento do Supremo. Além disso, porque ela não comprovou que a prole depende exclusivamente dos seus cuidados.

“As assertivas dos impetrantes são adversadas pelas informações constantes nos atos judiciais juntados, não se podendo acolher o afirmado pela defesa sem prévio exame dos fatos e das circunstâncias que levaram à nova decretação de custódia cautelar da paciente. Pelo exposto, nego seguimento ao habeas corpus (§ 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), prejudicada a medida liminar requerida”, decidiu a ministra.

La Catedral

A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste deflagrou em maio a Operação La Catedral. A investigação, de quase um ano, reuniu diversas informações produzidas a partir de relatórios financeiros e investigativos, identificando atividades ilegais envolvendo pessoas presas e o diretor da cadeia pública de Primavera do Leste.

A Polícia Civil apurou a existência de uma associação criminosa que se formou para comprar facilidades, movimentar dinheiro obtido ilegalmente e promover a lavagem de capitais por meio de empresas de construções e, ainda, ofertar vantagens ilícitas a servidores públicos.

O líder do esquema criminoso, Janderson Lopes, foi alvo de mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, bloqueio de valores e sequestro de bens. Já o diretor da cadeia pública de Primavera do Leste foi alvo de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastamento do cargo. 

Um dos principais alvos da investigação é Janderson dos Santos Lopes, de 30 anos, detido em regime fechado na unidade prisional de Primavera do Leste, após ser condenado a 39 anos de reclusão. Apesar de recluso, a Polícia Civil identificou que ele tinha total liberdade para continuar com suas atividades criminosas lideradas a partir da cadeia pública.

Porém, após pouco mais de um ano de sua transferência para a cadeia de Primavera do Leste, Janderson adquiriu um considerável patrimônio, incluindo a abertura de empresas, compra de uma frota de caminhões com reboques e semirreboques; imóveis em Cuiabá, Primavera do Leste e Poxoréu; e veículos de luxo para ele e para sua esposa, que também foi presa.

Além disso, ele ostenta em rede social uma vida de alto padrão, compartilhando imagens de seus caminhões, carros, construções imobiliárias e também de gado, como se fosse um cidadão livre.
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